O remédio antiviral oseltamivir, usado contra a gripe A (H1N1) e vendido
no Brasil com o nome comercial Tamiflu, foi retirado da lista de controle
especial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A resolução foi
publicada no Diário Oficial da União de terça-feira (10).
A medida significa que a receita médica não precisará mais ficar retida
na farmácia, mas ainda deve ser apresentada na hora da compra ou da retirada em
um posto de saúde, gratuitamente.
Segundo o Ministério da Saúde, a decisão foi tomada para facilitar o
acesso ao medicamento, que tinha a venda restrita para que a população não
abusasse do princípio ativo, principalmente durante a epidemia mundial de 2009.
Além disso, não eram conhecidos os possíveis efeitos do Tamiflu sobre as mulheres
grávidas, o que posteriormente não demonstrou contraindicações.
O governo destaca que o remédio continua precisando de receita, pois tem
tarja vermelha, e ninguém deve se automedicar.
Pacientes com receita médica particular também podem pegar o Tamiflu
gratuitamente na rede pública. Este ano, o Ministério da Saúde enviou 418,8 mil
caixas do produto aos estados, e cada região deve determinar onde o estoque
deverá ficar disponível à população.
O laboratório Roche, que produz o Tamiflu no Rio de Janeiro e na Suíça,
diz que as farmácias que estiverem em falta do antiviral precisam fazer a
solicitação. No país, muitos estabelecimentos estão sem o remédio. O preço
máximo ao consumidor, segundo a fabricante, é de R$ 195,93 para a versão de 75
mg. Cada caixa contém 10 comprimidos, suficientes para um tratamento completo.
Para ter eficácia, o uso do antiviral deve ser iniciado nas primeiras 48
horas após o início dos sintomas. Mas, mesmo que esse período seja
ultrapassado, o Ministério da Saúde indica a prescrição.
O oseltamivir é usado em casos em que os sintomas já se instalaram,
principalmente crianças e idosos. Já a vacina funciona de forma preventiva para
os grupos de risco. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, realizada
entre 5 de maio e 1º de junho, atingiu mais de 80% da meta, após a ação ser
prorrogada. Os grupos-alvo foram gestantes, idosos, crianças de 6 meses a 2
anos, profissionais da saúde, indígenas e presidiários.
Além do oseltamivir, a gripe suína pode ser tratada com o remédio zanamivir,
que é importado. Segundo a infectologista Rosana Richtmann, presidente da
Sociedade Paulista de Infectologia, não se deve esperar o resultado de exames
laboratoriais ou o agravamento do caso para iniciar o uso do medicamento. O
tempo de tratamento é de cerca de cinco dias.
Aumento de casos – Comparado ao ano passado, 2012 apresenta mais casos e mortes por
gripe suína. Segundo o ministério, a explicação está no aumento da circulação
dos vírus influenza – com predomínio das cepas A (H1N1) e A (H3N2) – e das
doenças respiratórias, principalmente entre maio e agosto. Além disso, estão no
ar outros agentes responsáveis por infecções, como diferentes tipos de vírus,
bactérias e fungos.
Com uma maior aglomeração de pessoas no inverno, a transmissão tende a
aumentar. O governo, porém, descarta uma nova epidemia e fala apenas em surtos
localizados, concentrados agora na Região Sul.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), o vírus A(H1N1) “pós-pandêmico” continua circulando em todos os continentes, provocando casos e surtos pontuais. O número de casos de doenças respiratórias graves, segundo a OMS, está dentro do esperado para esta época do ano no Brasil, de acordo com a série histórica de vigilância do influenza.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), o vírus A(H1N1) “pós-pandêmico” continua circulando em todos os continentes, provocando casos e surtos pontuais. O número de casos de doenças respiratórias graves, segundo a OMS, está dentro do esperado para esta época do ano no Brasil, de acordo com a série histórica de vigilância do influenza.
No Hemisfério Norte, a atividade do vírus foi considerada branda e já
diminuiu. Houve surtos do vírus da gripe suína no estado americano do Texas,
mas tanto nos EUA quanto no Canadá predominaram as cepas A (H3N2) e B. No
México, onde a pandemia de 2009 teve início, houve maior circulação do A
(H1N1).
Alguns países da Europa relatam um grande número de mortes entre pessoas
com mais de 65 anos, o que coincide com a transmissão local do vírus A (H3N2),
predominante em vários países do continente.
Balanço até julho – Os dados do Ministério da Saúde até 3 de julho informam que houve no
país, em 2012, 1.099 casos de gripe suína e 110 mortes. Todos os tipos de vírus
influenza foram responsáveis por 1.366 casos e 129 óbitos.
Considerando todos os casos de síndrome respiratória aguda grave, nos
quais entram a gripe suína, a pneumonia e outras doenças das vias aéreas, foram
contabilizados 7.043 casos e 513 mortes. As regiões Sul e Sudeste tiveram o
maior número de casos, com 55% (3.876) e 35% (2.477), respectivamente.
Do total de casos confirmados de influenza, 7% foram fatais,
principalmente no Sul, sendo que 50% dos pacientes eram do sexo masculino, com
idade média de 40 anos. Os principais sintomas foram dificuldade respiratória
(93,9%), febre (84,2%) e tosse (83,4%).
Entre os 340 óbitos de mulheres em idade fértil (de 15 a 49 anos) por
síndrome respiratória aguda grave, 4,4% (15) eram gestantes e, destas 15, 27%
(4) foram foram contaminadas pelo influenza: três pelo A (H1N1) e uma pelo
vírus A sazonal. Duas receberam o oseltamivir com três e cinco dias após início
da doença, respectivamente.
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