Uma equipe internacional de cientistas descobriu uma mutação genética
que protege contra o mal de Alzheimer e a perda de capacidade de aprendizagem
causada pelo envelhecimento, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira
(11) pela revista científica “Nature”.
O grupo liderado por Kari Stefansson, do centro “deCODE Genetics”, em
Reykjavik, na Islândia, estudou o genoma completo de 1.795 islandeses. Eles
descobriram uma mutação em um gene chamado APP que funciona como uma defesa
natural do cérebro.
Segundo os pesquisadores, essa mutação reduziria em até 40% a formação
de uma substância conhecida como proteína amiloide em idosos saudáveis. Esta
proteína se acumula e forma placas no cérebro dos pacientes, provocando o
surgimento do mal de Alzheimer.
“Pelo que sabemos até agora, [esta mutação] representa o primeiro
exemplo de uma alteração genética que confere uma proteção forte contra o mal
de Alzheimer”, afirma o artigo.
Os cientistas descobriram também que esta mesma mutação freia a perda de
capacidade de aprendizagem nos idosos que não sofrem do mal de Alzheimer. Por
isso, o trabalho indica que os dois transtornos possam ter mecanismos no mínimo
similares.
O estudo mostrou que a função cognitiva dos idosos de 80 a 100 anos
portadores dessa mutação funcionava muito melhor que a daqueles que não a
tinham.
Stefansson considera que o Alzheimer poderia representar o caso mais
extremo de deterioração da função cognitiva relacionado à idade.
Até o momento, os cientistas descobriram 30 mutações no gene APP, 25 das
quais se consideram causadoras da doença em idades avançadas, mas esta é a
primeira vez que se detecta uma mutação relacionada com a aparição do Alzheimer
em idosos.
Mais de 5% dos maiores de 60 anos sofrem de algum tipo de demência e, em
dois terços dos casos, se trata de Alzheimer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário