segunda-feira, 23 de julho de 2012

CONFERÊNCIA NOS EUA PREVÊ O FIM DA PANDEMIA DE AIDS

A possibilidade de pôr fim à pandemia de aids graças a um arsenal de novos tratamentos mostra uma luz no fim do túnel para autoridades e pesquisadores, que se reúnem a partir deste domingo na Conferência Internacional sobre a doença em Washington, mesmo que ainda não se fale em cura.
“Pela primeira vez acreditamos que podemos declarar o começo do fim da pandemia de aids”, disse à imprensa Diane Havlir, professora de Medicina da Universidade da Califórnia de San Francisco (Califórnia, oeste), e copresidente da Conferência da aids de 2012.
O mesmo otimismo é compartilhado por Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID): “Começamos realmente a nos dar conta de que é possível atuar na transmissão e mudar a trajetória da pandemia (…), inclusive que (ainda) não haja cura”, explica à AFP.
O virólogo baseia suas esperanças, sobretudo, nos recentes resultados de testes clínicos que revelam que os antirretrovirais também permitem reduzir fortemente o risco de transmissão em pessoas saudáveis, e não apenas controlar o vírus naquelas que estão infectadas.
Para o doutor Gottfried Hirnschall, encarregado do relatório sobre a aids da Organização Mundial de Saúde (OMS), isto “estará, provavelmente, o centro das conversas da conferência”.
Esta será a primeira vez desde 1990 que a conferência bianual, a número 19, será realizada nos Estados Unidos, depois da anulação de uma lei que proibia o acesso de soropositivos ao país.
A proibição foi anulada pelo Congresso em 2008 e o texto, promulgado pelo presidente Barack Obama em 2009. “Reverter a tendência da pandemia para termos uma geração livre da aids”, é o tema principal da conferência, que reunirá de 22 a 27 de julho 25 mil participantes, entre personalidades políticas, artistas, pesquisadores e ativistas.
Além o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001), e sua esposa, Hillary, secretária de Estado americana, também participarão personalidades como Elton John e Bill Gates, ou cientistas de renome, como a prêmio Nobel de Medicina Françoise Barre-Sinoussi, que, ao lado de Luc Montagner, descobriu o vírus da aids.
Estima-se que 34 milhões de pessoas vivam com aids no mundo. Cerca de 30 milhões de pessoas morreram desde o início da doença, há mais de três décadas, e cerca de 1,8 milhão morrem todos os anos vítimas da doença. 

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