terça-feira, 31 de julho de 2012

EXPANSÃO DO BIOGÁS SÓ DEPENDE DE ESTÍMULOS DO GOVERNO


A inclusão de um novo biocombustível no topo da matriz energética renovável brasileira está dependendo, segundo pesquisadores, de uma sinalização clara do governo para estimular novos estudos e a produção, em escala, do biogás no país. As pesquisas já apontam que o combustível tem potencial para dividir espaço, em grau de importância estratégica para o setor, com o etanol e o biodiesel.
A despeito do otimismo em relação ao potencial do biogás, as pequisas brasileiras ainda seguem em um um ritmo lento, principalmente quando comparadas a cenários como o da Alemanha, que reconhece como estratégico o combustível produzido a partir de resíduos e composto por metano e dióxido de carbono. Apesar da confirmada capacidade do biogás em atender tanto à demanda por energia elétrica quanto à por térmica ou mecânica, em larga escala, as iniciativas brasileiras que poderiam garantir essa produção ainda são tímidas.
Algumas empresas produzem o biogás a partir da decomposição da matéria orgânica de aterros sanitários. No Aterro Sanitário de Gramacho, fechado, recentemente, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, por exemplo, está sendo construída uma usina de biogás que será produzido a partir do lixo e utilizado pela comunidade local, substituindo o gás natural.
Esta semana, foi criado o Centro de Estudos do Biogás, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu, no Paraná, com a promessa de gerar informações e dados científicos sobre toda a cadeia de suprimentos do biogás.Ainda no sul do país, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vem estudando a produção do combustível a partir de dejetos de suínos.
O biogás é visto como componente importante para manter a participação das fontes de energia renováveis na matriz energética do país, diante da expectativa de aumento de demanda por energia. Atualmente, as energias renováveis, tanto a partir de biomassa [etanol, biodiesel e biogás], quanto eólica e solar, respondem por quase a metade das fontes da matriz energética brasileira.
“É preciso que o governo sinalize com uma proposta para este setor, como fez com o biodiesel e com o etanol, desde a regulamentação até a criação de incentivos”, defende Manoel Teixeira Souza Júnior, chefe-geral da Embrapa Agroenergia. Segundo ele, a expectativa não é a de ampliar a participação das energias renováveis, mas, ao menos, manter a relação entre renováveis e não renováveis com o esperado aumento do consumo energético do país.
“Estamos mantendo o foco na biomassa, tanto na desconstrução para produção de energia principalmente de biocombustíveis, como para obtenção de químicos a partir de produtos naturais (plantas) que podem agregar valor à cadeia produtiva, como é o caso do biogás”, disse.
No caso de renováveis a partir de biomassa, o Brasil, apesar de ser um dos líderes do setor, ainda precisa enfrentar alguns gargalos que, se não forem solucionados, podem afetar outras produções como a do biogás. O etanol brasileiro, por exemplo, foi alvo de recente crise, que, segundo especialistas, foi resultada por falhas de planejamento. O número de carros flex produzidos no país foi superior ao estimado e os produtores ainda enfrentaram problemas climáticos que afetaram as safras de cana-de-açucar. O Brasil que exportava passou a necessidade de importar o produto.

CIENTISTA CÉTICO ADMITE QUE HOMEM CAUSOU MUDANÇAS CLIMÁTICAS


Um conhecido cético sobre as causas humanas das mudanças climáticas, o cientista norte-americano Richard Muller mudou de postura e afirmou nesta segunda-feira (30) que agora acredita que os gases causadores de efeito estufa são responsáveis pelo aquecimento global.
“Não esperava isto, mas como cientista, acho que é meu dever permitir que a evidência mude minha opinião”, declarou Muller, professor de física na Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos EUA, em um comunicado.
Muller integra uma equipe de cientistas em Berkeley que estuda como as mudanças de temperatura podem estar ligadas com a atividade humana ou com fenômenos naturais, como a atividade solar e vulcânica.
A temperatura média da superfície terrestre aumentou 1,5 ºC nos últimos 250 anos, e “a explicação mais simples deste aquecimento são as emissões humanas de gases de efeito estufa”, disse a equipe em um relatório publicado na internet nesta segunda.
O estudo vai um século antes do que uma pesquisa previamente realizada e assume uma postura ainda mais forte do que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), que em 2007 informou que “a maior parte” do aquecimento dos últimos 50 anos pode ser atribuído à atividade humana. Uma maior atividade solar antes de 1956 poderia ter contribuído em parte para o aquecimento da Terra, afirma também o IPCC.
A análise da equipe da Universidade da Califórnia afirma que “a contribuição da atividade solar ao aquecimento global é insignificante”. Sua conclusão não se baseia em modelos climáticos, que segundo os cientistas podem conter erros. A pesquisa se baseia “simplesmente na concordância entre a forma observada em que subiu a temperatura e o aumento de gases de efeito estufa conhecidos”.
A pesquisa vai levar em conta a temperatura dos oceanos, não incluída no informe recente, destacou o grupo de especialistas.
Em um artigo no jornal New York Times, Muller se definiu como “um cético convertido” e explicou como passou de um cientista que questionava a “própria existência do aquecimento global” a um que apóia a maioria da comunidade científica e acredita que o aquecimento atmosférico é “real”.
“Agora vou um passo além: os seres humanos são quase totalmente a causa”, acrescentou. A equipe da Universidade da Califórnia inclui o prêmio Nobel Saul Perlmutter e a climatologista Judith Curry, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, também nos EUA.

sábado, 28 de julho de 2012

POLÊMICA DA SACOLINHA PLÁSTICA VAI PARAR NAS OLIMPÍADAS


A polêmica das sacolinhas plásticas pegou carona nas Olimpíadas e está dando o que falar em Londres. Depois de não conseguir convencer os organizadores do evento a impôr uma proibição total às embalagens durante os Jogos, ativistas do meio ambiente pediram para que os visitantes recusem as sacolinhas plásticas fornecidas pelo comércio local.
A campanha é liderada pelo grupo Greener Upon Thames e ganhou o apoio de personalidades como o magnata Richard Branson, fundador do Virgin Group, o ator Jeff Bridge, a estilista Vivienne Westwood, além do famoso naturalista e documentarista britânico David Attenborough.
Em uma carta assinada e publicada no The Telegraph, líderes da campanha lembram que as embalagens plásticas têm atraido atenção de autoridades em todo o mundo e destacam que Itália, Irlanda e País de Gales são algumas dos países europeus que já adotaram legislação nessa área.
“Uma única sacola por indivíduo pode parecer irrelevante, mas a Grã Bretanha sozinha usa mais de oito bilhões de sacolas a cada ano e este número está aumentando”, diz um trecho. Para os defensores da causa, “Londres 2012 fornece uma perfeita oportunidade para sensibilizar e deixar um legado duradouro”.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

USP DE PIRACICABA EMPREGA RADIAÇÃO PARA INFERTILIZAR MOSQUITOS DA DENGUE


Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) em Piracicaba (SP) desenvolveram uma técnica que torna infértil o mosquito Aedes aegypti, o que pode ajudar a reduzir a infestação do inseto transmissor da dengue nos centros urbanos. A pesquisa utiliza radioatividade para interferir no ciclo reprodutivo do inseto.
“Usamos uma quantidade de energia que não mata o mosquito, mas provoca mudanças em seu sistema biológico. O inseto até põe ovos, mas esses não eclodem as larvas”, explicou Valter Arthur, coordenador da pesquisa, realizada no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), que funciona no campus da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP, em Piracicaba (SP).
Os mosquitos são criados na empresa Bioagri, instalada em Charqueada (SP), e seguem para o laboratório do Cena, local onde recebem a dose de raios gama. “Iniciamos a pesquisa há pouco mais de três meses e ainda estamos determinando a dose esterilizante”, relatou Márcio Adriani Gava, diretor técnico da Bioagri.
Testes de Campo – Os testes de campo, com a soltura dos insetos estéreis no meio ambiente, devem acontecer em até três anos. “Os machos copulam, mas não fertilizam as fêmeas, que transmitem o vírus da dengue. Na prática, o ciclo continua completo. Mas, como os ovos não geram nada, conseguiremos baixar significativamente a infestação do mosquito e, consequentemente, os números da doença”, explicou o coordenador da pesquisa.
Na próxima etapa da pesquisa, mosquitos machos estéreis serão liberados na natureza para competir com os nativos. “Será uma forma simples de controle biológico, onde se utilizará o próprio inseto para combatê-lo, sem o uso indiscriminado de inseticidas”, relatou Valter Arthur.
Casos em Alta – Piracicaba teve, entre janeiro e junho, 2.712 casos confirmados de dengue. Em 2007, quando o município sofreu um surto da doença, o número chegou a 5.666. No final de junho, uma estudante de 26 anos que sofria de hipertensão pulmonar morreu após ter o quadro de saúde agravado por contrair A dengue. Ela morava no bairro Pauliceia, uma dos mais atingidos pela doença na cidade.
O Ministério da Saúde registrou 286.011 casos de dengue no país de janeiro a abril de 2012. A Região Sudeste tem o maior número de casos: 119.396 (41,7% do total nacional).
Pesquisa Inédita – A pesquisa do Cena é inédita no Brasil, segundo a assessoria de imprensa do instituto. O trabalho será apresentado durante o Congresso Brasileiro de Entomologia, que acontecerá em Curitiba (PR) entre 16 e 20 de setembro. No dia 7 de julho, na Bahia, o Ministério da Saúde anunciou o início da produção em larga escala de mosquito transgênico infértil. A diferença, nesse caso, é que o inseto transmissor da dengue é modificado geneticamente, e não irradiado, como na pesquisa da USP.

VENENO DE COBRA PARA EXPORTAÇÃO


Durante dois dias (25 e 26 de julho), o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), órgão deliberativo e normativo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), analisou inúmeros processos que tratam de acesso ao patrimônio genético brasileiro para fins comerciais. Um dos assuntos tratados chamou a atenção dos participantes durante esta última reunião do CGEN (a 94º) e diz respeito à regulação da exportação de veneno de cobra.
A legislação brasileira prevê que os benefícios obtidos com a utilização de patrimônio genético sejam repartidos com os provedores. Os termos dessa repartição são negociados entre as partes provedoras do patrimônio genético e a parte usuária, de acordo com a Medida Provisória nº 2186-16/2001, que regula a matéria. Serão baseados não só em dinheiro, mas também em transferência de tecnologia, capacitação ou royalties.
Vida Melhor - Segundo a diretora do Departamento de Patrimônio Genético da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, Eliana Fontes, é muito interessante o fato dos provedores do patrimônio genético serem populações indígenas ou tradicionais como, por exemplo, caiçaras, seringueiros e quilombolas. “A lei permite um retorno dos benefícios para estas populações, contribui para a promoção de melhoria na qualidade de vida deles e estimula a conservação da floresta: ao invés de cortarem madeira ou venderem terra para produtores de soja, eles recebem um estímulo para preservar o patrimônio natural e genético”, disse.
O assunto emplacou na reunião a partir das consultas de empresas, nacionais e estrangeiras, ao CGEN. Essas empresas exportam para instituições no exterior que utilizam o material animal para confecção de medicamentos ou cosméticos como botox. O conselho determinou, assim, que a exportação de peçonhas de cobra caracteriza remessa do patrimônio genético e deve ser regulado. A mesma regra deve ser aplicada a peçonhas de animais silvestres da fauna brasileira em geral (de cobra, sapo, escorpião ou outros animais). 

ORANGOTANGO FUMANTE RECEBE AJUDA PARA LARGAR VÍCIO


                                                       Tori fuma seu cigarro no zoológico

Funcionários do zoológico Taru Juru, na Indonésia, têm um difícil desafio: fazer a orangotango Tori livrar-se do vício do cigarro. Ela começou a fumar há dez anos, imitando visitantes que jogavam bitucas de cigarros em sua jaula, e desde então foram feitas várias tentativas frustradas de ajudá-la a para. A última delas foi nesta semana, ao transferi-la para uma ilha isolada.

De acordo com o jornal britânico “The Guardian”, Tori, de 15 anos, coloca dois dedos em frente à boca para indicar que quer um cigarro, e fica brava caso ninguém atenda seu pedido.

Segundo o COP Centro de Proteção aos Orangotangos (COP) de Bornéu, outros orangotangos que vivem em zoológicos possuem o mesmo hábito. Isso porque a semelhança de 97% da genética da espécie com a dos humanos faz com que eles imitem alguns comportamentos.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

FRUTA AMAZÔNICA POSSUI MAIS VITAMINA C QUE A LARANJA


Da mesma família da jabuticaba, o camu-camu é uma fruta típica da região amazônica que se reproduz uma vez por ano no leito dos rios. Tem mais vitamina C que a laranja, com a diferença de que não perde os nutrientes se exposto a altas temperaturas. Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) já renderam um livro sobre o tema.
Pelo alto valor nutricional, a ideia é evoluir para o cultivo e o desenvolvimento do agronegócio. “Em São Paulo, há dois mil hectares de plantações de camu-camu”, diz o pesquisador do Inpa Kaoru Yuyama.
“Uma polpa de 100 gramas de camu-camu tem 2% de vitamina C. Na laranja, que é conhecida por esse potencial, o nutriente é facilmente perdido se exposto a temperaturas acima de 80° C. Com o camu-camu, dá até para fazer geleia”, explicou Yuyama.
Na fase atual, o camu-camu está sendo “domesticado” pelos pesquisadores do Inpa. Sobre o fruto, há estudos em vários países amazônicos, mas Manaus lidera as pesquisas, de acordo com Yuyama.
Em estado silvestre, o camu-camu só se reproduz uma vez por ano. Com os estudos feitos pelo instituto, o fruto está se desenvolvendo três vezes em 12 meses. “Em rios, demora para se multiplicar, mas esse número aumenta em terra firme nos meses de março e setembro”, afirmou o pesquisador.
A fruta silvestre não faz parte do cotidiano manauense, mas Yuyama explicou que, durante as visitas técnicas para estudo, é fácil encontrar o camu-camu à venda nas feiras. “Em Tabatinga, o pessoal vende junto com outros frutos”, diz.
O camu-camu tem atraído o interesse de estudiosos americanos. “Amanhã mesmo, vou ter uma reunião com pesquisadores de lá para falar sobre as pesquisas”, disse. Apesar da importância nutricional, o camu-camu ainda não é patenteado no Brasil. 

PRIMEIRA VACINA CONTRA A DENGUE COMBATE TRÊS TIPOS VIRAIS DA DOENÇA


A primeira vacina do mundo contra a dengue, desenvolvida pelo laboratório francês Sanofi SA, demonstrou a capacidade de proteger contra três das quatro cepas virais causadoras da doença, de acordo com resultados de um aguardado teste clínico na Tailândia.
A Sanofi disse nesta quarta-feira (25) que a prova de eficiência é um marco importante nestas sete décadas de luta para desenvolver uma vacina viável contra a dengue, e que os resultados também confirmam que a fórmula é segura.
Outros laboratórios estão trabalhando em vacinas contra a doença, mas o produto da Sanofi está anos à frente. A dengue, transmitida por mosquito, ameaça quase 3 bilhões de pessoas no mundo, sendo milhões delas no Brasil. A contaminação por uma cepa viral não garante imunidade contra as outras três.
A vacina da Sanofi gerou uma resposta imunológica às quatro cepas, mas só houve comprovação da sua eficácia contra três delas. A Sanofi disse estar realizando análises para entender a resistência do quarto tipo, e que a Fase 3 do teste clínico poderá indicar se isso tem relação com alguma situação específica da Tailândia.
O estudo da Fase 2B, envolvendo 4.002 crianças tailandesas de 4 a 11 anos, foi realizado durante um surto de dengue, o que pode explicar o resultado inesperado.
O analista Mark Clark, do Deutsche Bank, disse que a falta de proteção contra o quarto tipo do vírus significa que o lançamento comercial da vacina é mais provável em 2015 do que em 2014, pois a Sanofi aguardará a Fase 3 antes de protocolar o pedido de registro em alguns países.
“Mais positivamente, como a proteção contra pelo menos três dos quatro tipos virais foi demonstrada, os dados amparam a possibilidade de lançamento dessa enorme necessidade clínica não-atendida”, disse Clark em nota de pesquisa.
A Sanofi Pasteur, unidade de vacinas do laboratório, já investiu 350 milhões de euros (US$ 423 milhões) em uma nova fábrica na França para produzir a vacina, que é administrada em três doses. A empresa prevê um faturamento anual de 1 bilhão de euros com o produto.
Os dados completos do estudo ainda estão sendo revistos por especialistas e autoridades de saúde, e devem ser divulgados ainda neste ano. A Fase 3 do estudo, com 31 mil participantes, está sendo realizada em dez países da Ásia e América Latina.
Nos últimos 50 anos, o número de casos da dengue no mundo se multiplicou por 30. A Organização Mundial da Saúde estima que haja 50 a 100 milhões de novos casos por ano, mas muitos especialistas avaliam que essa cifra, da década de 1990, está subestimada.A doença mata cerca de 20 mil pessoas por ano, especialmente crianças.

BIODIVERSIDADE CAI EM METADE DAS FLORESTAS TROPICAIS, APONTA ESTUDO


Metade das áreas protegidas de florestas tropicais do mundo está sofrendo um declínio na biodiversidade, segundo uma análise feita em 60 reservas e publicada na edição desta semana da revista “Nature”.
Para avaliar como esses locais estão funcionando, o pesquisador William Laurance e outros autores estudaram um grande conjunto de dados sobre as mudanças ocorridas ao longo dos últimos 20 a 30 anos.

A avaliação revela uma grande variação no estado dessas reservas, e 50% vivenciam perdas substanciais na variedade de animais e plantas. Perturbação do habitat natural, caça e exploração das florestas são os maiores fatores para esse declínio.
As reservas tropicais representam um último refúgio para espécies ameaçadas e processos naturais dos ecossistemas, em uma época que cresce a preocupação quanto ao impacto do homem sobre o crescimento da biodiversidade.
O estudo indica que, muitas vezes, áreas protegidas estão ecologicamente ligadas aos habitats ao redor, razão pela qual o destino delas é determinado por mudanças ambientais internas e externas.
Portanto, os pesquisadores afirmam que os esforços para manter a biodiversidade não devem se limitar a reduzir os problemas dentro das reservas, mas promover mudanças também fora dessas áreas. 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

COLETA DE LIXO TÓXICO AINDA É DESAFIO PARA O BRASIL


O descarte de lixo passível de liberar substâncias tóxicas ainda é um problema para o país, apesar de já haver legislação regulamentando o assunto. De acordo com a Lei n°12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os fabricantes, importadores e revendedores de produtos que podem causar contaminação devem recolhê-los. Mas dois anos após a regra estar em vigor, os cidadãos dispõem de poucos locais adequados para jogar fora pilhas e baterias; pneus; lâmpadas fluorescentes e embalagens de óleo lubrificante e de agrotóxicos.
A lei recomenda que haja acordos setoriais e termos de compromisso entre empresários e o Poder Público para implantar o sistema de devolução ao fabricante no país, prática conhecida como logística reversa. O primeiro passo nesse sentido foi dado apenas no final do ano passado. Em novembro de 2011, o Ministério do Meio Ambiente publicou edital de chamamento para propostas referentes ao descarte de embalagens de óleo. No início deste mês, o órgão lançou mais dois editais: um diz respeito a lâmpadas fluorescentes e o outro a embalagens em geral. No caso das embalagens de óleo, as sugestões continuam sendo debatidas. Quanto aos outros dois editais, segue o prazo de 120 dias para que entidades representativas, fabricantes, importadores, comerciantes e distribuidores enviem propostas à pasta.
Enquanto não há um sistema estruturado para destinação de resíduos perigosos, os consumidores continuam fazendo o descarte junto com o lixo comum ou são obrigados a recorrer a iniciativas pontuais de organizações não governamentais (ONGs) e empresas para fazer a coisa certa.
“Alguns pontos comerciais se preocupam em fazer pequenos ecopontos para receber pilhas e baterias, mas é muito diminuto”, avalia João Zianesi Netto, vice-presidente da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP). De acordo com Netto, houve um movimento da própria indústria no sentido de fazer o recolhimento antes de haver legislação específica, pois a maior parte dos produtos é reaproveitável e tem valor agregado. Mas, na opinião dele, a informação sobre como realizar a devolução não é satisfatoriamente repassada às pessoas. “Eu não estou vendo que estejam procurando instruir o cidadão”, avalia.
A pesquisadora em meio ambiente Elaine Nolasco, professora da Universidade de Brasília (UnB), diz que as atitudes de logística reversa no Brasil são dispersas. “Está dependendo de algumas localidades. Geralmente são ONGs e cooperativas que têm esse tipo de iniciativa. Em alguns casos há participação do Poder Público, como no Projeto Cata-Treco, em Goiânia”, exemplifica ela, referindo-se a um programa da prefeitura daquela cidade em parceria com catadores de lixo.
O governo do Distrito Federal também instituiu um sistema para recolhimento de lixo com componentes perigosos. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) disponibiliza 13 pontos para entrega de pilhas e baterias, espalhados por várias regiões administrativas do DF. A relação de endereços está disponível na página do órgão na internet.
Elaine Nolasco lembra que o risco trazido pelo descarte inadequado de pilhas, baterias e lâmpadas está relacionado aos metais pesados presentes na composição desses produtos – desde lítio até mercúrio. “Pode haver contaminação do solo e do lençol freático”, diz.
A Lei n° 12.305 estabelece, de forma genérica, que quem infringir as regras da Política Nacional de Resíduos Sólidos pode ser punido nos termos da Lei n° 9.605/1998, também conhecida como Lei de Crimes Ambientais. Assim, elas podem ser denunciadas às delegacias de meio ambiente das cidades ou ao Ministério Público.

REDUZIR O CONSUMO DE SAL DIMINUI RISCO DE CÂNCER DE ESTÔMAGO, DIZ ONG


Diminuir o consumo de alimentos salgados como pão, presunto e outros embutidos pode reduzir os riscos de câncer de estômago. O alerta foi feito pela ONG britânica World Cancer Research Fund (Fundo Mundial de Pesquisas sobre o Câncer, WCRF).
A entidade, que oferece aconselhamento sobre a prevenção do câncer, quer que a população consuma menos sal e que a quantidade de sódio nos alimentos industrializados seja indicada mais claramente no rótulo.
Apenas na Grã-Bretanha, um em sete cânceres do estômago poderiam ser prevenidos se as pessoas seguissem as recomendações diárias de consumo de sal, diz a ONG. Sal demais pode provocar pressão alta, doenças cardíacas e acidentes vasculares (derrames), além de câncer.
O consumo diário recomendado pelas autoridades de saúde britânicas é 6 gramas. Mas, segundo o WCRF, os britânicos consomem, em média, 8,6 g por dia. No Brasil, um estudo encomendado pelo Ministério da Saúde ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), publicado em 2011, revelou que o brasileiro consome, em média, 8,2 g diárias de sal.
Inimigo oculto – “O câncer de estômago é difícil de ser tratado com sucesso porque a maioria dos casos não é detectada até que a doença já esteja bem estabelecida”, disse a diretora de informação do WCRF, Kate Mendoza. “Isso enfatiza a importância de escolhermos um estilo de vida que previna a ocorrência da doença – como cortar o consumo de sal e comer mais frutas e legumes”.
Comer muito sal, no entanto, não é uma questão de virar o saleiro sobre a batata frita. A maior parte do sal – cerca de 75% – que ingerimos já está no alimento. Por isso, o WCRF está pedindo que um sistema semelhante às luzes de um semáforo seja adotado nos rótulos de alimentos industrializados. Vermelho para índice alto, amarelo para médio e verde para baixo.
Resistência – A proposta da entidade, no entanto, desagrada fabricantes e supermercados, que preferem outras formas de rotular os alimentos. Lucy Boyd, da entidade beneficente Cancer Research Uk, disse que a campanha do WCRF corrobora um relatório recente da Cancer Research UK, vinculando o consumo excessivo de sal ao desenvolvimento de câncer.
Citando o caso específico da Grã-Bretanha, a representante diz que, de maneira geral, os britânicos comem sal demais. “E o consumo é maior entre os homens”, acrescenta.
Ela sugere que uma rotulação melhor, por exemplo, usando o sistema baseado nas cores do semáforo, seria útil para ajudar os consumidores a diminuir a ingestão.

MIGRAÇÃO DO ‘HOMO SAPIENS’ CAUSOU EXTINÇÃO DOS NEANDERTAIS, DIZ ESTUDO


O humano moderno (Homo sapiens) contribuiu mais para o desaparecimento de seus primos, os neandertais, do que os desastres naturais na Europa, segundo um estudo publicado nesta semana pela revista da Academia de Ciências Americana, a “PNAS”.
De acordo com os cientistas, a saída dos humanos modernos da África para a Europa foi uma ameaça maior para as populações nativas de neandertais do que a maior erupção vulcânica de todo o continente europeu ocorrida há 40.000 anos.
O geógrafo John Lowe, da Universidade Royal Holloway de Londres, analisou os depósitos de cinzas vulcânicas invisíveis a olho nu coletados no Mar Egeu, na Líbia e em quatro cavernas da Europa.
Estas cinzas provinham de uma enorme erupção vulcânica maciça conhecida como Campanian Ignimbrite, cujos restos cobriram uma área de 30.000 km² no Mediterrâneo. Os cientistas usaram estas cinzas para sincronizar os eventos arqueológicos e os dados pré-históricos do clima.
Os restos de neandertais e outras amostras de sua existência começaram a declinar muito antes da erupção e os períodos de mudanças climáticas extremas, concluíram os cientistas.
Migração estabelecida – Os índices nestas partículas de cinzas sugerem que os humanos modernos já tinham se estabelecido em uma zona ampla e diversa do leste europeu e do norte da África quando ocorreu a erupção.
Apesar de que pequenos grupos de neandertais, muito nômades, pudessem ter sobrevivido inicialmente, os humanos modernos contribuíram com a extinção.
Estas cinzas vulcânicas mostram que a Europa sofreu uma mudança climática abrupta entre 30.000 e 40.000 anos atrás, quando os neandertais tinham desaparecido em grande parte.
Esta pesquisa questiona as teorias existentes até agora de que as mudanças climáticas provocadas por erupções vulcânicas maciças na Europa teriam causado a extinção dos neandertais, abrindo o caminho para o desenvolvimento dos humanos modernos na Europa e na Ásia.

terça-feira, 24 de julho de 2012

SUAS PINTAS PODEM SER UM RISCO À SAÚDE?


Descubra se elas podem se tornar um câncer e quando é indicado operá-las.
Elas não são manchas, verrugas e nem sardas. Para elas, existe uma definição científica própria: nevos melanocíticos ou, como são conhecidas popularmente, pintas. Segundo a dermatologista Thaís Badiz, da Unifesp e da clínica Clinderm, algumas delas estão conosco desde o nascimento e outras vão aparecendo ao longo da vida. "O fato de uma pessoa apresentar mais ou menos pintas varia de acordo com sua herança genética, os cuidados com a exposição solar e a cor da pele, uma vez que pessoas mais claras costumam ter mais pintas", explica.

Saiba o que é e aprenda a se prevenir

O câncer da pele é um tumor formado por células da pele que sofreram uma transformação e multiplicam-se de maneira desordenada e anormal dando origem a um novo tecido (neoplasia). Entre as causas que predispõem ao início desta transformação celular aparece como principal agente a exposição prolongada e repetida à radiação ultra-violeta do sol.

O câncer da pele atinge principalmente as pessoas de pele branca, que se queimam com facilidade e nunca se bronzeiam ou se bronzeiam com dificuldade. Cerca de 90% das lesões localizam-se nas áreas da pele que ficam expostas ao sol, o que mostra a importância da exposição solar para o surgimento do tumor. A proteção solar é, portanto, a principal forma de prevenção da doença.

Como fazer para evitar o câncer da pele?

A exposição prolongada e repetida da pele ao sol causa o envelhecimento cutâneo além de predispor a pele ao surgimento do câncer. Tomando-se certos cuidados, os efeitos danosos do sol podem ser atenuados. Aprenda a seguir como proteger sua pele da radiação solar.

·         use sempre um filtro solar com fator de proteção solar (FPS) igual ou superior a 15, aplicando-o generosamente pelo menos 20 minutos antes de se expor ao sol e sempre reaplicando-o após mergulhar ou transpiração excessiva. (saiba mais sobre filtros solares e FPS)

·         use chapéus e barracas grossas, que bloqueiem ao máximo a passagem do sol. Mesmo assim use o filtro solar pois parte da radiação ultra-violeta reflete-se na areia atingindo a sua pele.

·         evite o sol no período entre 10 e 15 horas.

·         a grande maioria dos cânceres de pele localizam-se na face, proteja-a sempre. Não esqueça de proteger os lábios e orelhas, locais comumente afetados pela doença.

·         procure um dermatologista se existem manchas na sua pele que estão se modificando, formam "cascas" na superfície, sangram com facilidade, feridas que não cicatrizam ou lesões de crescimento progressivo.

·         faça uma visita anual ao dermatologista para avaliação de sua pele e tratamento de eventuais lesões pré-cancerosas.

Estas recomendações são especialmente importantes para as pessoas de pele fototipos I e II, as quais devem evitar qualquer tipo de exposição ao sol sem proteção.

Quando começar a proteção solar?

Comece o quanto antes. Cerca de 75% da radiação solar recebida durante a vida ocorre nos primeiros 20 anos. Os efeitos da radiação ultra-violeta só se manifestam com o passar do tempo. As lesões começam a aparecer na maioria das vezes ao redor dos 40 anos . Portanto, proteja as crianças e estimule os adolescentes a se protegerem.

Não tenha medo do diagnóstico. Ele salva vidas.

Procure seu dermatologista se você tem alguma lesão suspeita na sua pele. Não deixe de ir por medo de saber o nome da sua doença.

O câncer da pele pode e deve ser tratado e o diagnóstico precoce é muito importante para se obter a cura. Além disso, o tratamento das lesões pré-malignas, que podem dar origem ao câncer da pele, ajuda a preveni-lo.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

CONFERÊNCIA NOS EUA PREVÊ O FIM DA PANDEMIA DE AIDS

A possibilidade de pôr fim à pandemia de aids graças a um arsenal de novos tratamentos mostra uma luz no fim do túnel para autoridades e pesquisadores, que se reúnem a partir deste domingo na Conferência Internacional sobre a doença em Washington, mesmo que ainda não se fale em cura.
“Pela primeira vez acreditamos que podemos declarar o começo do fim da pandemia de aids”, disse à imprensa Diane Havlir, professora de Medicina da Universidade da Califórnia de San Francisco (Califórnia, oeste), e copresidente da Conferência da aids de 2012.
O mesmo otimismo é compartilhado por Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID): “Começamos realmente a nos dar conta de que é possível atuar na transmissão e mudar a trajetória da pandemia (…), inclusive que (ainda) não haja cura”, explica à AFP.
O virólogo baseia suas esperanças, sobretudo, nos recentes resultados de testes clínicos que revelam que os antirretrovirais também permitem reduzir fortemente o risco de transmissão em pessoas saudáveis, e não apenas controlar o vírus naquelas que estão infectadas.
Para o doutor Gottfried Hirnschall, encarregado do relatório sobre a aids da Organização Mundial de Saúde (OMS), isto “estará, provavelmente, o centro das conversas da conferência”.
Esta será a primeira vez desde 1990 que a conferência bianual, a número 19, será realizada nos Estados Unidos, depois da anulação de uma lei que proibia o acesso de soropositivos ao país.
A proibição foi anulada pelo Congresso em 2008 e o texto, promulgado pelo presidente Barack Obama em 2009. “Reverter a tendência da pandemia para termos uma geração livre da aids”, é o tema principal da conferência, que reunirá de 22 a 27 de julho 25 mil participantes, entre personalidades políticas, artistas, pesquisadores e ativistas.
Além o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001), e sua esposa, Hillary, secretária de Estado americana, também participarão personalidades como Elton John e Bill Gates, ou cientistas de renome, como a prêmio Nobel de Medicina Françoise Barre-Sinoussi, que, ao lado de Luc Montagner, descobriu o vírus da aids.
Estima-se que 34 milhões de pessoas vivam com aids no mundo. Cerca de 30 milhões de pessoas morreram desde o início da doença, há mais de três décadas, e cerca de 1,8 milhão morrem todos os anos vítimas da doença. 

COLETA DE LIXO TÓXICO AINDA É DESAFIO PARA O BRASIL


O descarte de lixo passível de liberar substâncias tóxicas ainda é um problema para o país, apesar de já haver legislação regulamentando o assunto. De acordo com a Lei n°12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os fabricantes, importadores e revendedores de produtos que podem causar contaminação devem recolhê-los. Mas dois anos após a regra estar em vigor, os cidadãos dispõem de poucos locais adequados para jogar fora pilhas e baterias; pneus; lâmpadas fluorescentes e embalagens de óleo lubrificante e de agrotóxicos.
A lei recomenda que haja acordos setoriais e termos de compromisso entre empresários e o Poder Público para implantar o sistema de devolução ao fabricante no país, prática conhecida como logística reversa. O primeiro passo nesse sentido foi dado apenas no final do ano passado. Em novembro de 2011, o Ministério do Meio Ambiente publicou edital de chamamento para propostas referentes ao descarte de embalagens de óleo. No início deste mês, o órgão lançou mais dois editais: um diz respeito a lâmpadas fluorescentes e o outro a embalagens em geral. No caso das embalagens de óleo, as sugestões continuam sendo debatidas. Quanto aos outros dois editais, segue o prazo de 120 dias para que entidades representativas, fabricantes, importadores, comerciantes e distribuidores enviem propostas à pasta.
Enquanto não há um sistema estruturado para destinação de resíduos perigosos, os consumidores continuam fazendo o descarte junto com o lixo comum ou são obrigados a recorrer a iniciativas pontuais de organizações não governamentais (ONGs) e empresas para fazer a coisa certa.
“Alguns pontos comerciais se preocupam em fazer pequenos ecopontos para receber pilhas e baterias, mas é muito diminuto”, avalia João Zianesi Netto, vice-presidente da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP). De acordo com Netto, houve um movimento da própria indústria no sentido de fazer o recolhimento antes de haver legislação específica, pois a maior parte dos produtos é reaproveitável e tem valor agregado. Mas, na opinião dele, a informação sobre como realizar a devolução não é satisfatoriamente repassada às pessoas. “Eu não estou vendo que estejam procurando instruir o cidadão”, avalia.
A pesquisadora em meio ambiente Elaine Nolasco, professora da Universidade de Brasília (UnB), diz que as atitudes de logística reversa no Brasil são dispersas. “Está dependendo de algumas localidades. Geralmente são ONGs e cooperativas que têm esse tipo de iniciativa. Em alguns casos há participação do Poder Público, como no Projeto Cata-Treco, em Goiânia”, exemplifica ela, referindo-se a um programa da prefeitura daquela cidade em parceria com catadores de lixo.
O governo do Distrito Federal também instituiu um sistema para recolhimento de lixo com componentes perigosos. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) disponibiliza 13 pontos para entrega de pilhas e baterias, espalhados por várias regiões administrativas do DF. A relação de endereços está disponível na página do órgão na internet.
Elaine Nolasco lembra que o risco trazido pelo descarte inadequado de pilhas, baterias e lâmpadas está relacionado aos metais pesados presentes na composição desses produtos – desde lítio até mercúrio. “Pode haver contaminação do solo e do lençol freático”, diz :
A Lei n° 12.305 estabelece, de forma genérica, que quem infringir as regras da Política Nacional de Resíduos Sólidos pode ser punido nos termos da Lei n° 9.605/1998, também conhecida como Lei de Crimes Ambientais. Assim, elas podem ser denunciadas às delegacias de meio ambiente das cidades ou ao Ministério Público.

domingo, 22 de julho de 2012

GUIA DO PROTETOR SOLAR, OU COMO MANTER SUA PELE PERFEITA


Segundo a dermatologista Ligia Kogos, os filtros solares protegem a pele das radiações que causam queimaduras, câncer de pele, envelhecimento e, ao mesmo tempo, deixam passar os raios responsáveis pelo tão desejado bronzeamento.
É importante lembrar que existe uma diferença entre os protetores solares. A composição entre o protetor químico e físico varia: "os químicos contêm substâncias que absorvem as ações ultra-violeta enquanto os físicos funcionam como uma barreira, refletindo a radiação e impedindo que os raios solares entrem em contato com a pele", explica Ligia.

Como escolher o filtro solar?
Quanto mais clara for a cor da pele, mais cuidado com o sol ela requer. O fator indicado nos rótulos indica quantas vezes o produto aumenta o tempo em que a pessoa pode ficar exposta ao sol sem sofrer queimaduras. "Se uma determinada pessoa levasse 20 minutos para ficar vermelha ao sol sem nenhuma proteção, ao usar filtro solar com FPS 15, este tempo se multiplicaria por 15 e então, ela levaria 300 minutos (cinco horas) para ficar vermelha", detalha Ligia. Porém fatores como mergulhar na água, transpirar muito ou aplicar uma quantidade insuficiente de produto reduzem esse período de proteção.

Os dermatologistas costumam recomendar o uso de um FPS - fator de proteção solar – mínimo de 15, especialmente nas áreas mais delicadas como rosto, tronco e mãos. "Existem os de FPS mais altos como o 30, 40 ou 60 para quando se deseja maior proteção, levando-se em conta a sensibilidade da pele para vermelhidão, tendência a manchas escuras ou para o tempo mais prolongado de exposição", diz Ligia.

Os filtros mais baixos, com fatores seis ou oito, devem ser usados nas áreas mais resistentes, como as pernas, ou por pessoas morenas.

Protetor para as crianças
Na infância e na juventude, até os 25 anos, a exposição ao sol é três vezes maior do que no adulto médio. A dermatologista explica que a proteção deve começar a partir dos seis meses de idade.

Existem produtos especiais para as crianças, como os filtros físicos, que refletem os raios solares e são feitos à base de zinco e titânio. Essa composição torna o produto mais esbranquiçado e acaba não sendo tão fácil de espalhar. Mas o esforço vale a pena. “Proteger a criança na infância traz um benefício para o resto da vida", alerta Ligia.

Para elas, é ideal escolher um fator de FPS 30, no mínimo. "Não opte por um creme muito fluido. Assim, ele é mais eficiente, tem um maior período de proteção, não sai da pele com facilidade, resiste à transpiração e à água da praia ou da piscina", detalha.

Como aplicar?
- Passe filtro solar no mínimo 30 minutos antes de se expor ao sol. "Assim há um tempo para que o creme penetre bem na pele e, consequentemente, haverá menos necessidade de retocá-lo", explica Lígia.

Reaplique pelo menos mais uma vez durante o dia, especialmente se você entrar e sair da água muitas vezes.

- Se ficar quatro horas ou mais exposto ao sol, aplique mais uma vez o protetor. "Se você permanecer na praia, principalmente depois do meio-dia, aumente a proteção com o auxilio de camisetas", diz Ligia.

- Aplique o produto como quem passa um hidratante na pele, sem exagerar na quantidade. "Tome cuidado para espalhá-lo de forma homogênea, observando as zonas mais difíceis como costas, dorso do pé, pescoço e região em torno das axilas, que são frequentemente negligenciadas", explica Ligia.

- A quantidade de protetor necessária varia conforme o tamanho de cada um. Mas uma boa medida, segundo a médica, é encher a palma da mão - essa quantidade deve ser suficiente para todo o corpo. "Pode-se passar em duas vezes: meia palma da cintura pra cima, meia palma da cintura pra baixo", diz.

- Não esqueça de levar o frasco para a praia ou para a piscina para a reaplicação.

- Lembre-se do rosto. Mas, mesmo assim, ele deve estar sempre com uma proteção mecânica como chapéu, viseira ou boné. "A pele do rosto tende a manchar, ficar com sardas e envelhecer precocemente", afirma Ligia.

Creme, gel, loção ou spray?
Atualmente todos os produtos apresentam grande eficácia e a pessoa fica livre para escolher o tipo que melhor se adapta ao tipo de pele. "Claro que produtos mais encorporados podem ter mais resistência à água e à transpiração, necessitando menos retoques", diz a dermatologista.

Se a pele tem tendência a ter espinhas e acnes, prefira filtros em gel, spray ou loção livre de óleo (oil free).

Ajuda no bronzeamento
A dermatologista explica que no verão a alimentação deve ser livre de gorduras e frituras. Mas, se você quer uma pele morena, pode abusar de alimentos com betacaroteno e vitamina C, que ajudam no processo de bronzeamento e dão à pele mais resistência aos danos solares. Cenoura, abóbora e mamão favorecem o tom dourado.

Pós-sol
Ligia destaca a importância de limpar bem a pele durante a noite, retirando todos os resíduos de secreção e filtro solar. Assim a pele descansa durante horas e fica longe de alergias e irritações.

Fique de olho na tonalidade de sua pele. "Se você está descamando irregularmente, desbotando muito rápido ou descascando, isso é sinal de que a proteção solar foi insuficiente. Além disso, não esqueça de hidratar a pele todos os dias", finaliza Ligia.