Cerca de 1,7 bilhão de pessoas ou 25% dos habitantes da Terra vivem em
regiões onde as reservas subterrâneas de água são superexploradas, segundo um
estudo publicado na quarta-feira (8) na revista científica “Nature”.
Os países que mais superexploram as reservas de água subterrânea são
Estados Unidos, Índia, China, Paquistão, Irã, Arábia Saudita e México, e as
maiores populações que sofrem as consequências são da Índia e da China”,
explicou à AFP o hidrologista canadense Tom Gleeson, um dos autores do estudo.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a extração das reservas
subterrâneas de água triplicou nos últimos 50 anos e proporciona cerca da
metade da água consumida no mundo.
“Os humanos superexploram a água nas bacias, que são cruciais para a
agricultura, principalmente na América do Norte e na Ásia”, estimou Gleeson.
Para entender melhor o assunto, a pesquisa propôs um novo dispositivo
batizado de “pegada da água subterrânea”, ou seja, a superfície de uma região
que depende da extração de água. Os autores a compararam com a superfície das
reservas de água subterrânea que alimentam a região.
Os investigadores calcularam que a “pegada mundial” é 3,5 vezes maior
que a superfície das reservas subterrâneas. E a superexploração afeta 20% das
reservas subterrâneas mundiais.
O estudo deseja contribuir para a difusão desse novo instrumento, que
completaria medidas já existentes, como a “pegada de carbono” (cálculo da
quantidade de gases de efeito estufa que é emitida em um território ou por uma
atividade) ou a “pegada ecológica” (cálculo da quantidade de terra e água
usadas por um indivíduo, uma atividade ou uma população).
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