Uma pequena pedra, que recebeu o nome de N165, será o primeiro alvo do
laser da sonda Curiosity em Marte. Em uma conferência nesta sexta-feira, a Nasa
– a agência espacial americana – anunciou os próximos passos da sonda que
chegou no dia 6 ao planeta vermelho. Resumidamente, os instrumentos do robô
estão passando (e continuarão) por uma série de testes.
A ChemCam e outros instrumentos foram testados com sucesso até agora.
Uma das exceções é o laser da própria ChemCam. E, quando liga-lo, os cientistas
farão “tiro ao alvo” com o equipamento, e a primeira “vítima” é exatamente a
pedra N165. A sonda vai disparar cerca de 30 jatos de laser em dez segundos até
formar gás ionizado (plasma) e a câmera vai analisar sua composição química.
“Nossa equipe esperou oito longos anos por este momento” disse Roger
Wiens, do Laboratório Nacional de los Alamos, o pesquisador principal da
ChemCam, que espera poder compartilhar no início da próxima semana os
resultados dos primeiros disparos.
John Grotzinger, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), e
cientista do projeto, diz que, se tudo der certo com os testes e ajustes, em
cerca de dois dias a Curiosity vai se mover para o primeiro ponto a ser
explorado – que ganhou o nome de Glenelg. O lugar foi escolhido por ser uma
intersecção de três tipos de terreno e servirá para vários testes do
equipamento e pode conter minerais hidratados (que surgem apenas na presença de
água), um dos principais objetivos da Curiosity.
Como a sonda deve ter que passar duas vezes por esse ponto (na ida e na
volta do monte Sharp, o principal local a ser explorado), os cientistas
escolheram o nome Glenelg – um palíndromo.
Outros instrumentos – A Curiosity ligou nesta sexta-feira o gerador de
nêutrons que carrega em uma de suas laterais. “Todos os instrumentos que
estamos testando estão funcionando e estamos orgulhosos de anunciar que o
instrumento DAN foi ligado hoje e operou com sucesso”, anunciou Grotzinger.
O aparelho realizou vários disparos de nêutrons sobre a superfície
marciana enquanto o sistema de radiação foi ativado quando “escutou” DAN e
confirmou que estava funcionando. Grotzinger afirmou ainda que também
realizaram testes com o instrumento REMS, estação ambiental fornecida pela
Espanha, e adiantou que esperam poder divulgar os primeiros dados científicos
na próxima semana.
Os cientistas estimam que, em cerca de um ano, o Curiosity chegará às
encostas do monte Sharp, mas antes passará pelas marcas que os motores dos
quatro propulsores deixaram ao aterrissar.
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