Um telescópio especial detectou milhões de buracos negros supermaciços e
galáxias com temperaturas extremamente altas, que estavam “escondidos” atrás de
uma nuvem de poeira interestelar.
O Wide-Field Infrared Survey Explorer (Wise), telescópio da agência
espacial americana Nasa, conseguiu captar comprimentos de ondas ligados ao
calor dos astros, o que fez com que eles conseguissem enxergar e mapear pela
primeira vez alguns dos objetos mais iluminados do Universo. A expectativa dos cientistas é de que a descoberta os ajude a entender
como as galáxias e buracos negros se formam.
‘Caçador de buracos negros’ – Os astrônomos já sabiam que a maioria das
galáxias possuem buracos negros no seu centro, que são “alimentados” com gases,
poeira e estrelas ao seu redor.
Às vezes, os buracos negros soltam energia suficiente para impedir a
formação de estrelas. A forma como estrelas e buracos negros evoluem juntos, no
entanto, continua sendo um mistério para os cientistas.
A esperança é que os dados do telescópio Wise possibilitem novas
descobertas neste ramo. O Wise tem capacidade de detectar comprimentos de onda
que ficam muito além do campo de visão dos telescópios atuais. Isso permite ao
equipamento fazer diversas descobertas inéditas na ciência.
O telescópio ganhou a fama de “caçador de buracos negros”. “Nós
encurralamos os buracos negros”, diz Daniel Stern, do Laboratório de Propulsão
a Jato (JPL), um dos autores dos três estudos que foram apresentados nesta
quarta-feira (29).
Stern e seus colegas usaram outro telescópio (Nustar) para analisar os
dados dos buracos negros captados pelo Wise e apresentaram os dados em um
artigo que será publicado na revista científica Astrophysical Journal.
Outros dois estudos detalham galáxias com temperaturas extremamente
altas e com brilho intenso, que até recentemente não conseguiam ser detectadas.
O termo em inglês para essas galáxias é “hot dust-obscured galaxies”, ou na
sigla, Hot-Dogs (que significa “cachorro-quente”, em inglês).
Mais de mil galáxias já descobertas são mais de cem vezes mais
brilhantes que o Sol da Via Láctea. Os dados da missão Wise estão sendo
disponibilizados ao público, para que todos os cientistas possam contribuir nas
pesquisas espaciais.
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