sexta-feira, 31 de agosto de 2012

METANO NA ANTÁRTICA PODE AGRAVAR AQUECIMENTO GLOBAL, DIZ ESTUDO


Um grande volume de metano, um dos gases causadores do efeito estufa, pode ter sido produzido sob o manto de gelo da Antártica ao longo de milhões de anos e se somar agora ao aquecimento global, caso seja liberado para a atmosfera por meio de degelo, mostra um estudo publicado nesta quarta-feira (29) na revista “Nature”.
Cientistas das universidades de Bristol, no Reino Unido, de Utrecht, na Holanda, da Califórnia, nos EUA, e de Alberta, no Canadá, simularam o acúmulo de metano nas bacias sedimentares da Antártica usando modelos e cálculos matemáticos. Eles descobriram que é provável que micro-organismos podem ter conseguido converter os grandes depósitos de carbono orgânico do manto de gelo nesse gás potente.
Caso esteja presente, o metano provavelmente está preso sob o gelo, mas pode ser liberado para a atmosfera à medida que as temperaturas globais crescentes derreterem a camada de gelo, alimentando ainda mais o aquecimento global, afirmaram os cientistas.
“O manto de gelo antártico pode formar um componente previamente negligenciado de metano global, embora exista uma incerteza significativa”, diz o artigo.
Como é a liberação do metano – O metano permanece na atmosfera por até 15 anos. Os níveis têm aumentado nos últimos anos, seguindo um período de estabilidade desde 1998.
O gás normalmente é retido como “hidrato de metano” em sedimentos sob o leito marinho. O hidrato de metano é uma forma de gelo que contém uma grande quantidade de metano, que em geral é estável.
Quando a temperatura sobe, porém, o hidrato se quebra e o metano é liberado, dissolvendo-se em sua maior parte na água do mar. Mas, se o metano se rompe na superfície do mar e escapa para a atmosfera, pode intensificar o aquecimento global.
Os cientistas já identificaram milhares de locais no Ártico onde o metano está sendo liberado para a atmosfera, mas o potencial para formação de metano sob o manto de gelo antártico tem sido muito menos estudado.

TELESCÓPIO DETECTA BURACOS NEGROS E GALÁXIAS QUE ESTAVAM ‘ESCONDIDOS’


Um telescópio especial detectou milhões de buracos negros supermaciços e galáxias com temperaturas extremamente altas, que estavam “escondidos” atrás de uma nuvem de poeira interestelar.
O Wide-Field Infrared Survey Explorer (Wise), telescópio da agência espacial americana Nasa, conseguiu captar comprimentos de ondas ligados ao calor dos astros, o que fez com que eles conseguissem enxergar e mapear pela primeira vez alguns dos objetos mais iluminados do Universo. A expectativa dos cientistas é de que a descoberta os ajude a entender como as galáxias e buracos negros se formam.
‘Caçador de buracos negros’ – Os astrônomos já sabiam que a maioria das galáxias possuem buracos negros no seu centro, que são “alimentados” com gases, poeira e estrelas ao seu redor.
Às vezes, os buracos negros soltam energia suficiente para impedir a formação de estrelas. A forma como estrelas e buracos negros evoluem juntos, no entanto, continua sendo um mistério para os cientistas.
A esperança é que os dados do telescópio Wise possibilitem novas descobertas neste ramo. O Wise tem capacidade de detectar comprimentos de onda que ficam muito além do campo de visão dos telescópios atuais. Isso permite ao equipamento fazer diversas descobertas inéditas na ciência.
O telescópio ganhou a fama de “caçador de buracos negros”. “Nós encurralamos os buracos negros”, diz Daniel Stern, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), um dos autores dos três estudos que foram apresentados nesta quarta-feira (29).
Stern e seus colegas usaram outro telescópio (Nustar) para analisar os dados dos buracos negros captados pelo Wise e apresentaram os dados em um artigo que será publicado na revista científica Astrophysical Journal.
Outros dois estudos detalham galáxias com temperaturas extremamente altas e com brilho intenso, que até recentemente não conseguiam ser detectadas. O termo em inglês para essas galáxias é “hot dust-obscured galaxies”, ou na sigla, Hot-Dogs (que significa “cachorro-quente”, em inglês).
Mais de mil galáxias já descobertas são mais de cem vezes mais brilhantes que o Sol da Via Láctea. Os dados da missão Wise estão sendo disponibilizados ao público, para que todos os cientistas possam contribuir nas pesquisas espaciais. 

ENERGIA EÓLICA: PAÍS CHEGARÁ A 2015 COM 8 GIGAWATTS DE CAPACIDADE INSTALADA, DIZ TOLMASQUIM


O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, estimou que o parque eólico do país chegará a 8 gigawats (GW) de capacidade instalada de geração de energia até 2015. Segundo ele, o Brasil, que hoje ocupa a vigésima posição no mundo entre os países que produzem energia a partir dos ventos, com uma capacidade instalada de 2 GW, no próximo ano já estará entre os dez países.
O presidente da EPE (a empresa responsável pelo planejamento energético brasileiro) participou na quarta-feira (29) da cerimônia de abertura do Brasil Windpower 2012, maior evento sobre energia eólica da América Latina, e que ocorre até sexta-feira (31), na capital fluminense.
“As perspectivas do setor de energia eólica no país são muito boas. Ela tem tido um crescimento muito expressivo no Brasil. E a boa notícia é que o consumidor não tem que pagar nada a mais por isso, uma vez que o preço da energia eólica hoje, no país, caiu a um terço do que era a três ou quatro anos atrás – e já é bastante competitivo em relação às outras fontes”.
Tolmasquim também ressaltou o crescimento da indústria de aerogeradores no país. “Hoje nós já temos 11 empresas instaladas no país, algumas das quais já atendendo aos critérios de conteúdo nacional estabelecido pelo BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]. Ou seja, produzindo com mais de 60% de conteúdo nacional em seus equipamentos – o que é positivo porque gera emprego no país”. 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

BUTANTAN AGUARDA AUTORIZAÇÃO PARA TESTES EM HUMANOS DA VACINA CONTRA DENGUE


O Instituto Butantan aguarda a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para iniciar os ensaios clínicos, em humanos, da vacina contra dengue. A expectativa é que a resposta venha em breve, mas não se sabe ainda precisar quando.
Após a aprovação, o instituto poderá iniciar o recrutamento de 300 voluntários nos quais a vacina será experimentada. A vacina, desenvolvida em parceria com o Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), já passou por testes em diversos grupos de 20 pessoas, nos Estados Unidos, para avaliar sua segurança.
De acordo com o diretor-médico de Ensaios Clínicos do Instituto Butantan, Alexander Precioso, os trâmites para obtenção da autorização para os ensaios clínicos estão em andamento há pelo menos dois meses. “O projeto é encaminhado, é feita uma avaliação parcial que nos é enviada de volta para que respondamos algumas questões, devolvemos e outras questões vêm. Já estamos respondendo outras avaliações. É um processo dinâmico de esclarecimento, de troca de informações, até que eles emitam a aprovação para o estudo”.
Os 300 voluntários serão moradores de São Paulo e, depois, conforme os dados coletados e avaliações, as próximas fases incluirão cidades representativas de todo o Brasil e um maior número de voluntários. “Nos testes feitos nos Estados Unidos, a vacina se mostrou segura, sem evento adverso grave, e adequada do ponto de vista de resposta imunológica. Agora, vamos iniciar os estudos com as características particulares do Brasil, onde a dengue é uma doença endêmica”, relatou Alexander Precioso.
A vacina é tetravalente, pois atua sobre os quatro tipos de vírus da dengue com a administração de apenas uma dose. Na primeira fase de testes, poderão participar adultos entre 18 e 50 anos de anos, de ambos os sexos e que não tenham nenhuma doença de base. “No processo de recrutamento, todos os voluntários passarão por avaliação médica e exames laboratoriais para, então, ser definida sua participação ou não no estudo”, revelou o diretor de Ensaios Clínicos do Butantan.
Os voluntários serão acompanhados por uma equipe de médicos, enfermeiros e farmacêuticos ao longo de cinco anos, tanto presencialmente como por contatos telefônicos periódicos. “Embora a vacinação ocorra só no primeiro ano, posteriormente, [os voluntários] continuarão sendo acompanhados para que possamos monitorar como essa resposta imunológica que eles vão desenvolver vai se manter ao longo do tempo”, explicou Alexander Precioso. Dessa maneira, os pesquisadores poderão definir a necessidade de mais doses da vacina.
A vacina está sendo elaborada desde 2005, em parceria com institutos americanos de pesquisa em saúde. A estimativa é que esteja disponível para a população entre 2014 e 2015.

CIENTISTAS DESCOBREM ANIMAIS MAIS ANTIGOS JÁ PRESERVADOS EM ÂMBAR


O âmbar é uma resina produzida por algumas árvores e que sofreu processos de fossilização ao longo de milhões de anos. Encerrando seres vivos no interior, contemporâneos à sua formação, o seu estudo tem desvendado segredos da vida primitiva.
Um time internacional de cientistas descobriu na Itália os animais mais antigos já preservados em âmbar – uma resina de árvore fossilizada capaz de manter bichos pré-históricos da mesma forma como eram em vida.
Os três pequenos espécimes têm cerca de 250 milhões de anos, 100 milhões a mais que as criaturas mais velhas conhecidas até agora. O achado está descrito na edição desta segunda-feira (27) da revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS).

Os pesquisadores – americanos, alemães, canadenses e italianos – examinaram minuciosamente 70 mil gotas de âmbar encontradas no nordeste da Itália. O material é o mesmo que aparece no filme “Parque dos dinossauros”, de Steven Spielberg, em que o sangue preservado de um mosquito ainda continha o DNA dos répteis gigantes.
Os artrópodes – categoria de invertebrados que inclui insetos, crustáceos e aracnídeos – morreram nessa “armadilha” que parece uma seiva durante o período geológico Triássico. Dos três bichos, dois são ácaros microscópicos (chamados de Trasacarus fedelei e Ampezzoa triassica) e o outro é uma mosca menor que uma mosca-da-fruta (Drosophila melanogaster).
Os autores, liderados por David Grimaldi, do Museu Americano de História Natural, em Nova York, nos EUA, explicam que já foram descobertos insetos mais antigos em fósseis de rochas, mas esses dois aracnídeos e o inseto são diferentes porque não foram comprimidos e estão praticamente intactos, o que evidencia detalhes e torna possível uma comparação com as espécies atuais. Além disso, essa seria uma forma de entender melhor como a Terra evoluiu nesses milhões de anos.
Ao fazer uma análise dos ácaros pré-históricos com os de hoje, Grimaldi encontrou semelhanças surpreendentes, com exceção de diferenças na boca e um menor número de patas. Os ácaros modernos habitam diferentes locais, que vão desde folhas de plantas até objetos domésticos como colchões, tapetes, sofás e brinquedos de pelúcia.
Segundo os cientistas, é incrível que muitas características tenham sido mantidas, mesmo após o mundo ter mudado tanto. Naquela época, havia apenas um continente, dinossauros primitivos e nenhuma planta com flores. Hoje em dia, porém, alguns tipos de ácaros vivem em vegetais com flores, enquanto seus antepassados ficavam em árvores. 

O VALOR DA SOCIOBIODIVERSIDADE


A importância da cadeia produtiva do açaí para o Arquipélago do Marajó (PA), da piaçava para a microrregião do Rio Negro (AM) e dos frutos do cerrado para o norte de Minas Gerais (MG) e as técnicas de fomento dessas cadeias estão sendo discutidos até a próxima sexta-feira (31), na capacitação Promoção de Cadeias de Valor, no Ministério do Meio Ambiente, em Brasília. Esses produtos, resultado da sociobiodiversidade local, movimentam a economia e garantem a geração de emprego e renda, sendo conhecidos como Arranjos Produtivos Locais (APLs) da sociobiodiversidade.
O objetivo da capacitação é apresentar as metodologias de fomento às cadeias de valor, com enfoque na sociobiodiversidade e integrar equipes interdisciplinares para desenhar e implantar os processos de incentivo à produção local. Participam do encontro representantes dos governos estaduais, organizações não governamentais e sociedade civil. A meta é formar cerca de 30 profissionais, que atuarão na organização e apoio às cadeias nos respectivos estados.
Em debate - Ao todo serão discutidos dez APLs da sociobiodiversidade: piaçava na microrregião do Rio Negro (AM), frutos da caatinga no semiárido baiano, piaçava no baixo sul baiano babaçu e pequi na mesorregião do sul cearense, açaí e andiroba no Arquipélago do Marajó (PA), castanha e óleos vegetais de andiroba e copaíba na microrregião de Óbidos (PA), castanha e óleo de copaíba na região da BR 163 (PA), buriti no Piauí, babaçu na microrregião do médio Mearim (MA) e frutos do cerrado no norte de Minas Gerais.
Durante o encontro serão apresentadas as estratégias de promoção de Arranjos Produtivos Locais (APLs), cadeias de valor da sociobiodiversidade, perspectivas de desenvolvimento sustentável e selecionadas algumas novas possibilidades de cadeias de valor. Além disso, serão determinadas estratégias de fomento das cadeias produtivas, desenhados projetos de melhoria das cadeias, com uma apresentação de indicadores de impacto e monitoramento.
O treinamento faz parte das ações do Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade, coordenado pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), Meio Ambiente (MMA), Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), juntamente com a Cooperação Técnica Alemã no Brasil (GIZ). No encontro será usada a Metodologia Value Links, técnica comum para o mapeamento das cadeias de valor de produtos de origem animal e vegetal.

domingo, 26 de agosto de 2012

CIENTISTAS DESCOBREM BARATA DA AMÉRICA DO SUL QUE BRILHA NO ESCURO


                 Barata que brilha no escuro imita besouro como forma de camuflagem contra predadores .
Uma espécie rara de barata que brilha no escuro foi descoberta na América do Sul por cientistas europeus. Eles estudavam a bioluminescência, capacidade dos animais de produzir luz, quando identificaram o animal.
A barata Lucihormetica luckae foi encontrada na encosta de um vulcão no Equador, segundo a pesquisa, publicada na revista científica “Naturwissenschaften” (Ciências Naturais, na tradução do alemão). O animal bioluminescente gera luz em três áreas de sua cabeça: em dois pontos maiores, que dão a aparência de serem olhos, e um ponto bem pequeno no lado direito da cabeça.
A luz gerada pela barata segue o mesmo padrão de um inseto encontrado no Brasil, o besouro-clicador (também chamado de barata-de-estalo ou elaterídeo), de acordo com o cientista Peter Vršanský, da Academia de Ciências da Eslováquia, um dos responsáveis pela pesquisa.
Como a Lucihormetica luckae não tem veneno, a conclusão a que os cientistas chegaram é que o animal imita o besouro, que também é bioluminescente e possui toxinas. A imitação ocorre como forma de defesa natural. Esta é a primeira espécie em que a bioluminescência é usada com finalidade de defesa, avalia Vršanský no estudo.
O estudo aponta ainda que a luminescência das baratas descobertas está ligada à presença de bactérias específicas nos pontos da cabeça de onde a luz é emitida. 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

AS CIDADES E A BIODIVERSIDADE


                                                    Foto  do Centro Cívico - Curitiba - PR

 Fazer com que as cidades usem, de forma sustentável, a diversidade biológica local é a primeira das 20 Metas de Aichi, e um dos temas que integram a listas dos compromissos assumidos pelos 193 países componentes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). Nesse sentido, o Brasil já está desenvolvendo um projeto-piloto em Curitiba, experiência apresentada pela professora Tatiana Gadda, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, em reunião ocorrida na Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF) do Ministério do Meio Ambiente na tarde desta segunda-feira (20), para debater o tema Cidades e biodiversidade.
“Trata-se de iniciativa do Instituto de Estudos Avançados da Universidade das Nações Unidas (UNU), em desenvolvimento em outros países com o objetivo de alcançarmos as Metas de Aichi”, explica Tatiana Gadda. As metas foram extraídas da 10ª Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-10), realizada em Nagóia, Japão, em 2010.
Orientação - Para a professora, a experiência de Curitiba, iniciada em março deste ano, permitirá a formulação de um guia para nortear estados e municípios brasileiros a desenvolverem ações que privilegiem a conservação da biodiversidade local. “O principal aprendizado é que a biodiversidade ultrapassa as fronteiras dos municípios e as políticas locais precisam ser coerentes com esse fato”, sugere.
Como representante da UNU na reunião sobre Cidades e biodiversidade, o pesquisador sênior adjunto da instituição, Tony Gross, disse que, apesar de quase todos os 193 países da CDB se preocuparem com sustentabilidade e biodiversidade, os investimentos realizados nos últimos dez anos não conseguiram reverter as taxas de perdas da diversidade biológica, embora haja consenso de que essas perdas resultam em sérias consequências para todos os países. “Biodiversidade é a base da provisão de vários recursos ecossistêmicos, como água, clima, polinização, segurança alimentar, entre outros pontos”, enfatizou.
Em se tratando de desenvolvimento sustentável, as cidades representam papel essencial. “As cidades consomem, de forma predatória e negativa, a biodiversidade em geral, como o consumo descuidado da água, as emissões de gases poluentes e qualidade de vida ligada à mobilidade, já que o mundo não é mais rural, inclusive o Brasil”, esclareceu a analista ambiental da SBF Lúcia Lopes. O ponto positivo, segundo ela, é que as cidades podem melhorar esse panorama, não só do ponto de vida da biodiversidade em geral, como no que se refere ao consumo de água e na criação de parques, facilitando a manutenção da diversidade biológica da região.
Experiência - O assunto debatido na reunião envolveu, também, representantes da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU); da Assessoria Internacional do MMA; do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa); do banco alemão para desenvolvimento sustentável (GIZ); do Departamento de Geografia e Ecologia da Universidade de Brasília (UnB); e Da ONG Iclei, sigla em inglês para Governos Locais pela Sustentabilidade.
O evento já rendeu os primeiros frutos, segundo Lúcia Lopes, que recebeu correspondência enviada, na manhã desta terça-feira, pelo coordenador do Programa de Biodiversidade e Cidades da Convenção sobre Biodiversidade (CDB) da Organização das Nações Unidas (ONU), Oliver Hillel, considerando a iniciativa da extremamente positiva. Hillel acredita que a experiência brasileira poderá estimular outros países a se organizarem para, igualmente, tornar suas cidades sustentáveis.

CIENTISTA CRIA ‘NARIZ ELETRÔNICO’ QUE DETECTA GASES PERIGOSOS NO AR


Cientista mostra 'nariz eletrônico' desenvolvido por ele nos EUA (Foto: Divulgação/Universidade da Califórnia)

Um professor da Universidade da Califórnia em Riverside, nos Estados Unidos, desenvolveu um equipamento incomum: um “nariz eletrônico” para detectar pequenas quantidades de substâncias sem cheiro que são potencialmente perigosas.
A invenção, segundo um boletim da universidade, tem potencial para ser aplicada em várias áreas. O “nariz” pode ser usado na agricultura, para detectar pesticidas; na indústria, para detectar vazamentos de gás e emissão de poluentes; e com fins militares, para detectar armas químicas.
O protótipo do pesquisador Nosang Myung foi desenvolvido em conjunto com uma empresa de nanotecnologia (ramo que pesquisa tecnologia miniaturizada), mas a patente é exclusiva da universidade, segundo o boletim.
A invenção tem 10 centímetros de largura por 18 de comprimento, afirma o site da universidade. Com esse tamanho é possível usar multi-sensores para detectar até oito toxinas.
A meta do pesquisador é reduzir o protótipo para o tamanho de um cartão de crédito. Só o sensor do equipamento, que teria apenas um canal de detecção de toxina, ficaria com o tamanho de uma unha, segundo a nota da Universidade da Califórnia.
A expectativa da empresa parceira da universidade é começar a vender o produto em 2013. Os esforços da companhia agora são para criar versões ainda menores do “nariz” e programas para a invenção.
O protótipo inclui entradas USB e sensores de temperatura e de umidade. A próxima versão do projeto, que deve ser divulgada em um mês, vai incluir um GPS e pode vir com acesso sem fio à internet.
Invenções parecidas – A ideia do “nariz eletrônico” não é nova, apesar de os inventos elaborados por cientistas em outros locais do mundo serem usados para outros propósitos.
Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) anunciaram há dois anos que estavam criando um equipamento capaz de identificar cocaína e maconha pelo ar em até um minuto. Também sob o nome de “nariz eletrônico”, o aparelho detectaria a droga mesmo em quantidades muito pequenas, escondidas em bolsas, roupa ou outros objetos.
No fim de 2011, cientistas indianos anunciaram que estavam “prestes” a criar um “nariz eletrônico” para detectar tubercoluse com um sopro. Chamado de “E-Nose”, o dispositivo teria aparência semelhante à de um bafômetro usado pela polícia.
Em Israel, também em 2011, pesquisadores criaram uma invenção similar para detectar sinais químicos de câncer através do hálito de pacientes. O aparelho permite detectar tumores no pulmão, entre outros.

COMO CONTROLAR O MAU HÁLITO ?


Se você realmente deseja saber a causa de seu mau hálito, marque uma consulta com o dentista. Com uma avaliação de seu histórico médico e dentário e um exame bucal criterioso, seu dentista poderá identificar os responsáveis pelo mau hálito. As causas variam e entre elas podem estar certos alimentos, a ingestão de bebidas alcoólicas, o fumo, a má higiene bucal, doenças periodontais, o diabetes, a sensação de boca seca, infecções dos seios [maxilares/paranasais], da garganta e do pulmão, e também o abscesso pulmonar, insuficiência renal ou hepática, problemas gastrintestinais e um regime alimentar severo.

Tratamento do mau hálito


É importante fazer uma higiene bucal completa, em casa, três vezes por dia, escovando os dentes com um creme dental antibacteriano com flúor, usar o fio dental para remover restos alimentares e a placa bacteriana dos dentes e próteses e escovar a língua para eliminar as bactérias causadoras do mau hálito. Um estudo publicado mostra que a escovação dos dentes e da língua, combinada com o uso do fio dental, diminui significativamente o sangramento do tecido gengival em um período de duas semanas, além de reduzir também o mau hálito.1 Outro estudo clínico realizado pelos pesquisadores da área odontológica da Universidade de Buffalo confirmou que a escovação dos dentes e da língua, duas vezes ao dia, com um creme dental antibacteriano com flúor, combinada com o uso do fio dental, pode eliminar o mau hálito.

A limpeza da língua é fundamental para manter o hálito fresco

A limpeza da língua é muito importante. Você pode comprar uma escova dental Colgate 360 com limpador de língua para manter a higiene bucal. Depois de escovar os dentes com um creme dental antibacteriano com flúor, vire a escova e coloque o limpador de língua, localizado no dorso da cabeça da escova, na parte posterior da língua, puxando-o para a frente. Depois de raspar uma porção da língua, enxágue a boca com água para remover as bactérias causadoras do mau hálito. Em seguida, repita a operação na porção adjacente da língua.

Antes de escolher os produtos de higiene bucal que ajudam a eliminar a placa bacteriana e as bactérias causadoras do mau hálito, consulte seu dentista e reveja as técnicas a serem utilizadas em casa. Além disso, pergunte ao dentista quais produtos de higiene bucal você poderia usar para ajudar a combater o mau hálito (creme dental antibacteriano com fluor, enxaguante bucal, raspadores de língua e escovas interdentais).

O segredo de uma boca limpa e saudável é a higiene bucal feita em casa regularmente de acordo com as instruções e recomendações do dentista.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

CIENTISTAS ESPANHÓIS PROPÕEM USAR URINA PARA COMBATER POLUIÇÃO


A urina pode ser uma das soluções para vencer o problema do acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera, sugerem cientistas espanhóis. Uma pesquisa divulgada na publicação científica “Journal of Hazardous Materials” (revista sobre materiais perigosos, na tradução do inglês) afirma que o uso do xixi no combate à poluição tem vantagens por ser produzido de forma natural pelos seres vivos e por haver toneladas da substância à disposição nas grandes cidades.
Para cada mol de ureia na urina, um mol (unidade usada na química para medir uma substância) de bicarbonato de amônio é produzido. Junto com ele, um mol de amônia também é criado.
Um mol de amônia é capaz de absorver a mesma quantidade de dióxido de carbono (CO2), pondera o cientista Manuel Jiménez Aguilar, vinculado ao Instituto de Pesquisa Agrícola e de Pesca do Governo Regional de Andaluzia, na Espanha.
No estudo, Aguilar explica que, após absorver o gás carbônico na atmosfera, outra unidade de bicarbonato de amônio é produzida a partir da urina. Alguns países como a China usam a substância como base para fertilizantes agrícolas, segundo o pesquisador.
Para evitar a decomposição do xixi, Aguilar sugere o uso de pequenas porções de um líquido obtido a partir da centrifugação da pasta de um tipo de azeitona. O resultado é um fluído escuro e fétido, segundo os cientistas, mas que funciona muito bem para preservar a urina.
Um litro do xixi misturado com uma pequena parte deste fluido pode absorver vários gramas de gás carbônico de maneira estável e por mais de seis meses, segundo a pesquisa. As emissões de CO2 “podem ser reduzidas em 1%” a médio prazo, segundo Aguilar.
A aplicação da mistura do xixi com o fluido pode ser feita em filtros instalados em chaminés industriais e domésticas, sugere a pesquisa. No estudo, o cientista pondera que as chaminés poderiam “possuir um sistema de preenchimento e filtragem da urina que detectasse quando a mistura está saturada de gás [carbônico]“. 

HUBBLE DETECTA GALÁXIA ’SOLITÁRIA’ A 9 MILHÕES DE ANOS-LUZ DO SISTEMA SOLAR


O telescópio Hubble, operado pela agência espacial americana (Nasa) e pela Agência Espacial Europeia (ESA), flagrou uma galáxia isolada chamada DDO 190, a cerca de 9 milhões de anos-luz do nosso Sistema Solar.
Sua vizinha mais próxima, a DDO 187, fica a 3 milhões de anos-luz de distância, o que supera o espaço entre a nossa Via Láctea e Andrômeda.
Esse corpo celeste é uma galáxia-anã irregular, relativamente pequena e sem estrutura bem definida.
Ela é formada por estrelas mais velhas e avermelhadas, principalmente nas bordas, enquanto seu interior contém astros mais jovens e azuis. O Hubble captou a imagem em luz visível e infravermelha.
A DDO 190 tem alguns bolsões de gás ionizado que aquecem as estrelas, e a mais brilhante delas pode ser vista mais abaixo do centro da imagem. Ao fundo, aparece um grande número de galáxias espirais, elípticas e também de formato menos claro.
Essa galáxia faz parte do grupo Messier 94, localizado não muito longe do Grupo Local, dominado pela Via Láctea e por Andrômeda, mas composto também por várias outras galáxias-satélite.
O astrônomo canadense Sidney van der Bergh foi o primeiro a registrar a DDO 190, em 1959, como parte de um catálogo de galáxias-anãs. 

domingo, 19 de agosto de 2012

CIENTISTAS IDENTIFICAM VÍRUS FATAL QUE FAZ COBRAS DAREM NÓS EM SI MESMAS


Um estudo recém-publicado nos EUA identificou o vírus que parece ser o causador de uma doença fatal que afeta cobras em cativeiro, fazendo com que elas deem nós em si mesmas e percam seu controle motor.
O mal, chamado Doença do Corpúsculo de Inclusão Viral (IBD, na sigla em inglês), existe há décadas, mas não tem cura e atinge cobras constritoras como jiboias e sucuris.
Quando doentes, essas cobras passam a adotar um comportamento estranho, como ficar olhando fixamente para o céu, girar e até enrolar-se em nós. E, uma vez que estejam presas em si mesmas, elas não conseguem se desatar. A doença causa problemas respiratórios e uma paralisia muscular generalizada.
Há tempos suspeitava-se que o mal era causado por um vírus, mas até recentemente a natureza da doença era desconhecida. Agora, uma pesquisa feita por cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco, publicada no periódico mBio, acredita ter identificado o vírus, ao analisar amostras tiradas de cobras diagnosticadas com o IBD, usando técnicas de sequenciamento de DNA.
Origens - Em algumas das cobras identificou-se material genético estranho – como ácido nucleico -, parecido com o encontrado em vírus da família arenavírus. Essa família inclui vírus associados à febre hemorrágica em humanos. Mas não há nenhum indício de que esse vírus recém-descoberto possa passar de cobras a humanos. Os cientistas também conseguiram cultivar o vírus, a partir de amostras tiradas de uma das cobras.
O pesquisador Mark Stenglein, coautor do estudo, disse que “ainda não há evidência formal de que o vírus cause a doença, mas há uma boa correlação (entre o mal e a presença do vírus). Também é possível que outros vírus ou patógenos causem sintomas parecidos”.
Os arenavírus podem ser divididos em dois grupos principais, com base na localização das espécies que eles afetam – vírus Novo Mundo vêm das Américas, e vírus Velho Mundo são encontrados na África e na Ásia. Geneticamente, porém, o vírus recém-descoberto é diferente desses dois grupos.
O editor do periódico, Michael Buchmeier, professor de doenças infecciosas na Universidade da Califórnia em Irvine, acredita que os vírus das cobras podem vir de vírus que precederam as ramificações Novo e Velho Mundo.
A nova descoberta segue-se a uma pesquisa semelhante, publicada online em abril de 2012 no periódico Infection, Genetics and Evolution, descrevendo o isolamento de um novo vírus que afeta cobras – este na Austrália -, mostrando sintomas bem parecidos aos do IBD. No entanto, o vírus isolado nesse estudo pertencia a uma família diferente, conhecida como paramixovírus.
Jim Welleham, professor da Faculdade de Veterinária da Universidade da Flórida, autor do estudo do paramixovírus, disse que “a epidemiologia desse vírus é diferente (do IBD)”. Mas ele também é fatal. “(O paramixovírus) age rapidamente. Diversas cobras morreram em uma semana.”
Contagioso - Não está claro como o vírus do IBD se espalha, mas ele é altamente contagioso entre cobras. Uma possível forma de transmissão é pela inalação – seja diretamente de outra cobra contaminada ou indiretamente, de solo contaminado ou pelo manuseio dos animais.
Por enquanto, a doença parece ser restrita a cobras em cativeiro. Mas alguns cientistas temem que a soltura de cobras criadas cativas possa, inadvertidamente, levar essa doença à natureza selvagem.
Já Wellehan opina que “esses vírus vêm infectando cobras atuais e seus ancestrais por pelo menos 35 milhões de anos. É possível deduzir que cobras selvagens também estão contaminadas”. 

NASA DEFINE PRIMEIRO ALVO DO LASER DA CURIOSITY EM MARTE



Uma pequena pedra, que recebeu o nome de N165, será o primeiro alvo do laser da sonda Curiosity em Marte. Em uma conferência nesta sexta-feira, a Nasa – a agência espacial americana – anunciou os próximos passos da sonda que chegou no dia 6 ao planeta vermelho. Resumidamente, os instrumentos do robô estão passando (e continuarão) por uma série de testes.
A ChemCam e outros instrumentos foram testados com sucesso até agora. Uma das exceções é o laser da própria ChemCam. E, quando liga-lo, os cientistas farão “tiro ao alvo” com o equipamento, e a primeira “vítima” é exatamente a pedra N165. A sonda vai disparar cerca de 30 jatos de laser em dez segundos até formar gás ionizado (plasma) e a câmera vai analisar sua composição química.
“Nossa equipe esperou oito longos anos por este momento” disse Roger Wiens, do Laboratório Nacional de los Alamos, o pesquisador principal da ChemCam, que espera poder compartilhar no início da próxima semana os resultados dos primeiros disparos.
John Grotzinger, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), e cientista do projeto, diz que, se tudo der certo com os testes e ajustes, em cerca de dois dias a Curiosity vai se mover para o primeiro ponto a ser explorado – que ganhou o nome de Glenelg. O lugar foi escolhido por ser uma intersecção de três tipos de terreno e servirá para vários testes do equipamento e pode conter minerais hidratados (que surgem apenas na presença de água), um dos principais objetivos da Curiosity.
Como a sonda deve ter que passar duas vezes por esse ponto (na ida e na volta do monte Sharp, o principal local a ser explorado), os cientistas escolheram o nome Glenelg – um palíndromo.
Outros instrumentos – A Curiosity ligou nesta sexta-feira o gerador de nêutrons que carrega em uma de suas laterais. “Todos os instrumentos que estamos testando estão funcionando e estamos orgulhosos de anunciar que o instrumento DAN foi ligado hoje e operou com sucesso”, anunciou Grotzinger.
O aparelho realizou vários disparos de nêutrons sobre a superfície marciana enquanto o sistema de radiação foi ativado quando “escutou” DAN e confirmou que estava funcionando. Grotzinger afirmou ainda que também realizaram testes com o instrumento REMS, estação ambiental fornecida pela Espanha, e adiantou que esperam poder divulgar os primeiros dados científicos na próxima semana.
Os cientistas estimam que, em cerca de um ano, o Curiosity chegará às encostas do monte Sharp, mas antes passará pelas marcas que os motores dos quatro propulsores deixaram ao aterrissar. 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ATIVIDADE FÍSICA, AINDA QUE TARDIA, AJUDA A PROTEGER CORAÇÃO


Um estudo britânico constatou que a prática regular de atividade física ajuda a proteger o coração, ainda que iniciada tardiamente, após os 40 ou 50 anos.
O trabalho, publicado na revista científica ‘Circulation’, constatou que pessoas que faziam as duas horas e meia de exercícios recomendadas apresentavam índices menores de marcadores inflamatórios em seu sangue.
Os marcadores inflamatórios são importantes porque, segundo os especialistas, sua presença em grandes quantidades foi associada a um aumento nos riscos de problemas cardiológicos.
A pesquisa contou com a participação de mais de 4 mil pessoas e foi conduzida por cientistas da University College London, em Londres.
A descoberta não é inédita, uma vez que outros estudos já comprovaram os imensos benefícios para a saúde dos exercícios físicos, porém pesquisadores puderam verificar a redução dos problemas cardíacos mesmo para aquelas pessoas que começam a praticá-los na meia-idade.
A boa notícia é de que não é preciso fazer exercícios pesados na academia – caminhadas vigorosas e até jardinagem já contam para preencher a cota de duas horas e meia de atividade moderada por semana, acrescentaram os especialistas.
A equipe explicou, no entanto, que o estudo se focou em indicadores de problemas cardíacos de maneira geral e não sobre doenças do coração específicas, e que são necessárias mais pesquisas sobre o assunto.
Além disso, o estudo se baseou em relatos dos próprios participantes sobre a quantidade de exercícios que fizeram. É sabido que as pessoas tendem a superestimar a quantidade de exercícios que fazem.
‘Mexa-se!’ – Os participantes que disseram ter praticado a quantidade recomendada de exercícios durante os dez anos de duração do estudo apresentaram os índices mais baixos de marcadores inflamatórios.
Até aqueles que disseram ter começado a fazer os exercícios bem depois dos 40 apresentaram melhorias. Eles tinham menores índices de marcadores inflamatórios do que os participantes que relataram nunca ter feito exercícios suficientes.
Os resultados se mantiveram mesmo quando os pesquisadores levaram em consideração outros fatores, como obesidade e o hábito de fumar.
‘Deveríamos estar encorajando mais pessoas a ficar ativas’, disse Mark Hamer, chefe do estudo. ‘Por exemplo, a andar em vez de pegar o ônibus. Você pode beneficiar sua saúde com atividades moderadas em qualquer momento da sua vida’.

PRÓTESE DE RETINA RESTAURA VISÃO EM CAMUNDONGOS CEGOS, APONTA ESTUDO


Cientistas da Universidade Cornell, em Nova York, nos EUA, criaram uma prótese capaz de restaurar a visão de camundongos cegos, deixando-os com uma visão quase normal. A pesquisa está publicada na edição desta semana da revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS).
O dispositivo de alta resolução, desenvolvido pelas pesquisadoras Sheila Nirenberg e Chethan Pandarinath, conseguiu estabelecer uma comunicação entre a retina e o cérebro dos animais em cerca de 90% do tempo.
Os roedores foram capazes de discernir características faciais e rastrear visualmente uma imagem. Segundo as autoras, os resultados fornecem elementos fundamentais para a produção de uma prótese de retina altamente eficaz.
Em olhos normais, um sinal visual é traduzido em diferentes padrões de impulsos eléctricos, à medida que passa de uma célula para outra e, finalmente, chega às células ganglionares – espécie de neurônio encontrado na retina –, que levam a informação até o cérebro.
A equipe analisou o código que está por trás dessa série de comandos e interpretações. A prótese, então, “traduz” o mundo exterior em impulsos elétricos semelhantes aos produzidos por uma retina em pleno funcionamento.
Até 25 milhões de pessoas em todo o mundo são cegas ou têm risco de perder a visão em decorrência de doenças degenerativas da retina, como a degeneração macular e a retinose pigmentar. As próteses atuais, porém, permitem apenas uma percepção precária da luz e do contraste de imagens.