Quase três quartos das mutações nas partes do DNA humano encarregadas de
codificar as proteína ocorreram entre 5 a 10 mil anos, algo considerado muito
recente na escala da evolução humana. Pesquisadores dos Estados Unidos
analisaram dados genéticos de 6.515 pessoas com ascendência euro-americana ou
afro-americana, dataram a ocorrência de mais de um milhão de mutações e
concluíram que eventos “recentes” tiveram forte impacto na evolução humana.
Os pesquisadores acreditam que a intensificação de variação genética
está relacionada com o aumento da população na Terra. “As recentes mutação que
encontramos em nosso estudo têm ligação direta com no crescimento dramático da
população mundial nas últimas 400 gerações. Com mais indivíduos, há mais
oportunidade destas mutações ocorrerem”, disse ao iG Joshua Akey, autor do
estudo publicado no periódico científico Nature e pesquisador da Universidade
de Washington em Seattle.
Atualmente a Terra abriga 7 bilhões de pessoas , de acordo com as
Organizações das Nações Unidas. Este número, mais que dobrou em relação a 1950
quando a população era de 3 milhões. De acordo com previsões, em 2050 serão 9
bilhões de pessoas habitando o mundo. Nunca o crescimento populacional foi tão
grande e ocorreram mudanças tão rápidas em relação à questões como alimentação,
e exposição a patógenos, afirmam os pesquisadores.
Diferença entre as Populações – Com o estudo, também foi possível descobrir que
as mutações genéticas recentes aparentam ter impactos diferentes conforme cada
população. Os pesquisadores observaram que entre os descendentes de europeus a
taxa de mutação potencialmente causadora de doenças é maior. De acordo com o
estudo, 86% das variações genéticas ou mutações observadas potencialmente
prejudiciais.
“Nosso dados sugerem que estas mutações provavelmente trouxeram uma
contribuição importante para o surgimento de novas doenças, suscetibilidade a
novas enfermidades e efeitos colaterais a medicamentos”, disse.
Os pesquisadores querem agora que o estudo sirva de fonte para o estudo
sobre o mapeamento de doenças futuras “Conseguimos mostrar quão profunda e
efetiva foi avariação de padrões genéticos nas populações contemporâneas, mas
fazer previsões é algo mais difícil”, disse Akey.
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