quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS VERDES URBANOS PROPICIAM BENEFÍCIOS QUE MELHORAM A QUALIDADE DE VIDA

 
A arborização urbana tem como meta resgatar a vegetação natural no meio urbano, além de propiciar benefícios que melhoram a qualidade de vida. Os ecossistemas urbanos são muito alterados comparados ao meio natural. Uma forma de reabilitar uma área alterada é diagnosticá-la e propor ações planejadas. Existem vários tipos de planejamento, mas o mais adequado para o meio urbano parece ser aquele fundamentado na interação e integração dos sistemas que compõem o ambiente a partir de uma visão sistêmica e holística da área em estudo.
A ideia de mensurar a presença do verde nas cidades esbarra na metodologia empregada para tal fim. O cálculo do índice de área verde ainda hoje é utilizado para diagnosticar o quanto de vegetação está disponível à população. Contudo, é um índice que não reflete a real importância da vegetação na cidade. É importante considerar a questão da acessibilidade da população ao local com presença de vegetação e também a diferenciação entre vegetação rasteira e arbórea. Essa última tem uma maior importância por propiciar maiores benefícios. Quando se trata de área, não se diferencia essa questão. Já o termo espaço contempla o fator tridimensional, sendo desta forma mais adequado falar em espaço verde.
Alguns índices existentes usam somente medidas de cobertura arbórea de espaços livres públicos, outros consideram as árvores do sistema viário. Existe uma lacuna referente ao papel que a vegetação exerce no meio urbano, sem definir se o importante é a quantidade ou a qualidade do verde. Se, por um lado, alguns consideram como fundamental a questão do acesso da população ao espaço verde, por eles chamado de área verde, de outra parte não se nega a importância das árvores de calçada para o conforto térmico e a estética. Para o lazer, as áreas verdes devem cumprir seu papel de acessibilidade, enquanto que, para contemplar a questão ecológica, devem ser consideradas também as árvores de rua.
O índice de área verde passou a expressar a cobertura vegetal como um todo a partir de alguns trabalhos inovadores. Em vários casos, levou-se em consideração a densidade populacional, dando uma ideia de quanto de verde cada cidadão teria à sua disposição. Entretanto, o enfoque é apenas quantitativo, sem abordar a contribuição qualitativa da vegetação.
Um trabalho desenvolvido pela Embrapa propõe utilizar uma nova metodologia para a determinação de um índice que contemple as muitas contradições presentes nas áreas urbanas, chamado “Índice de Espaços Verdes” (IEV). Este índice diagnostica em termos qualitativos o cumprimento de funções ecológicas por parte dos espaços verdes. Os resultados do trabalho realizado para a construção desse índice demonstraram que dados somente quantitativos podem omitir fatores importantes, limitando o delineamento de ações de manejo em cidades. Para uso localizado, o IEV pode ser aplicado diretamente pelos gestores de regiões urbanas, para que possam definir prioridades e tomar decisões.
Como uma proposta inicial de verificação de qualidade, os parâmetros foram mensurados por meio de geotecnologias, padronizando a comparação entre unidades de paisagem, dentro da cidade e entre cidades. Por meio de tecnologias de imagens de satélite e de sistemas de informação geográfica, foi possível organizar, processar e visualizar as informações de maneira contextualizada, favorecendo a tomada de decisão. Parâmetros como hidrologia, fixação de carbono e amenização da temperatura foram contemplados. A presença de variações decorrentes das peculiaridades de cada área demandará bom senso e adequação a fatores levantados para diagnóstico, quando da aplicação desse índice.

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