Cientistas americanos converteram células musculares do coração de
roedores em células especializadas que controlam os batimentos cardíacos desses
animais. O estudo foi publicado online neste domingo (16) na revista “Nature
Biotechnology”.
Se o trabalho dos pesquisadores do Centro Médico Cedars-Sinai, em Los
Angeles, na Califórnia, puder ser otimizado e adaptado para os seres humanos,
haveria uma alternativa futura aos atuais marca-passos eletrônicos.
A equipe do autor Eduardo Marbán testou quatro genes que, durante o
desenvolvimento embrionário, são extremamente importantes para a formação
natural das células que controlam as pulsações. Um deles, chamado Tbx18, foi
transferido para as células do coração das cobaias por meio de um vírus
inativado e conseguiu converter as células da fibra muscular cardíaca – os
cardiomiócitos – em marca-passos funcionais.
O pequeno grupo de células que naturalmente coordenam os batimentos do
coração está localizado no nó sinusal ou sinoatrial, uma estrutura que fica na
união do átrio direito com a veia cava superior. É lá que os batimentos
cardíacos se originam.
Nesse local, há cerca de 10 mil células genuínas de marca-passo e,
embora o número pareça grande, ele representa apenas 0,0001% das 10 bilhões de
células do coração de um mamífero adulto.
Se a função dessas células diminui, por causa de fatores como
envelhecimento ou doenças genéticas, as batidas começam a se tornar mais lentas
ou fora de sincronia, levando-as ao colapso e à incapacidade de manter a pessoa
viva. Atualmente, porém, o único tratamento disponível é a implantação
cirúrgica de um marca-passo artificial, dispositivo que tem um alto custo
envolvido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário