A mosca-da-fruta (Drosophila melanogaster) tem uma relação muito
próxima com o álcool liberado pelos alimentos. Cientistas descobriram que as
fêmeas deixam os ovos em uma solução alcoólica para proteger a prole do ataque
de vespas parasitas. Este tipo de medicamento somado ao fato divulgado em um
estudo anterior de que machos rejeitados tendem beber mais álcool torna a
espécie uma das mais tolerantes à substância.
A equipe de pesquisadores havia demonstrado anteriormente que as larvas
da mosca-da-fruta consomem grande quantidade de álcool tóxico quando são
infectadas por parasitas. Porém, com o novo estudo foi possível descobrir que o
álcool usado para combater as vespas tinha um componente passado de geração em
geração – as fêmeas expunham as larvas à substância cada vez que uma ameaça
surgisse.
“Elas se alimentam de fruto fermentado e certamente pertencem a uma das
espécies com mais alta tolerância ao álcool, e esta característica é usada como
proteção a parasitas”, disse ao iG , Todd Schlenke da Universidade de Emory,
nos Estados Unidos, autor do estudo publicado no periódico científico Science.
Quando sentem a presença de vespas, as moscas-das-frutas depositam os
ovos em um ambiente mais alcoólico. Isto porque o álcool protege a prole dos
parasitas, já que as moscas são mais tolerantes ao álcool que os parasitas. O
resultado é que as moscas são menos infectadas. No longo prazo, as moscas
quando adultas, caso sejam infectadas, se curam mais rapidamente.
Os pesquisadores também descobriram que as moscas adultas percebem a
presença das vespas por meio da visão. “Moscas que não tinham olfato reagiram
normalmente, ou seja, depositaram os ovos em alimentos com mais álcool quando
parasitas estavam presentes. Moscas cegas não reagiram à presença dos
parasitas”, disse Schlenke.
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