Um estudo feito nos Estados Unidos mostra que os dinossauros foram
extintos cerca de 33 mil anos após um asteroide ter atingido a Terra, ou seja,
quase dez vezes mais cedo que os cientistas acreditavam até então.
Além disso, a colisão desse corpo celeste pode não ter sido a única
causa do fim da espécie, de acordo com o trabalho divulgado nesta quinta-feira
(7) na revista científica “Science”.
Segundo o geólogo Paul Renne, que liderou a pesquisa na Universidade da
Califórnia, em Berkeley, naquela época os ecossistemas já estavam em estado de
deterioração, em decorrência de uma grande erupção vulcânica na Índia.
O pesquisador explica que o clima da Terra poderia estar em um “ponto de
inflexão” (desvio) quando o enorme asteroide colidiu na região onde hoje fica a
Península de Yucatán, no México, e provocou temperaturas congelantes que
dizimaram os dinossauros.
Até agora, acreditava-se que haveria levado cerca de 300 mil anos entre
a chegada do asteroide, marcada por uma cratera de 180 quilômetros de extensão
perto da cratera Chicxulub, na península mexicana de Yucatán, e a extinção dos
répteis gigantes.
No entanto, o novo estudo, baseado em técnicas de datação radiométrica
de alta precisão, indica que os eventos ocorreram em um intervalo bem menor.
Outros cientistas questionam, ainda, se os dinossauros não teria morrido
antes do impacto do asteroide. “Nosso trabalho basicamente coloca um prego no
caixão”, disse Renne.
A teoria de que a extinção dos dinossauros há cerca de 66 milhões de
anos estava ligada ao impacto de um asteroide foi proposta pela primeira vez em
1980. A maior parte da prova era a cratera Chicxulub, que teria sido formada
por um objeto de cerca de 10 quilômetros de largura que derreteu a rocha assim
que bateu no solo, lançando à atmosfera detritos que se espalharam pelo
planeta. Esferas conhecidas como “tektites” e outros materiais que comporiam o
asteroide ainda são encontrados hoje em todo o mundo.
Renne e colegas reexaminaram tanto a data da extinção dos dinossauros
quanto da formação da cratera, e descobriram que eles ocorreram dentro de uma
janela de tempo muito mais apertada que o esperado.
“Os dados anteriores diziam que eles (a extinção dos animais e a
cratera) eram diferentes em idade, que diferiam em cerca de 180 mil anos e que
a extinção aconteceu antes do impacto, o que impediria totalmente que existisse
uma relação causal”, afirmou Renne, que estuda as ligações entre extinções em
massa e vulcanismo.
Segundo Heiko Palike, do Centro de Ciências do Ambiente da Universidade
de Bremen, na Alemanha, a pesquisa resolve as incertezas existentes sobre o
período relativo em que ocorreram os dois eventos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário