Uma nova pandemia da gripe aviária pode se instalar no mundo caso os
países não invistam em vigilância e controle. Em um comunicado divulgado na
terça-feira (29), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO) alerta que uma possível redução de investimentos nessas áreas
em função da crise econômica mundial pode reproduzir o cenário de 2006, quando
a doença afetou mais de 60 países.
Ao defender uma vigilância rigorosa da doença, o diretor veterinário da
FAO, Juan Lubroth, lembrou que alguns países da Ásia ainda registram a
ocorrência da gripe H5N1. Segundo ele, o investimento em prevenção é a forma
mais adequada de evitar os prejuízos de uma pandemia em larga escala. Mas
Lubroth reconhece que a crise que afeta economias dos países mais desenvolvidos
pode ameaçar tanto o orçamento de governos quanto o de organizações
internacionais.
Na nota, a FAO destaca que, entre 2003 e 2011, a doença levou à morte ou
ao abate de mais de 400 milhões de frangos e patos domésticos, totalizando um
prejuízo de cerca de US$ 20 mil milhões. O vírus H5N1 também pode ser
transmitido aos seres humanos. No mesmo período, o vírus infectou mais de 500
pessoas e matou mais de 300, de acordo com o organismo das Nações Unidas.
Segundo a FAO, a maior parte dos 63 países afetados pela pandemia de
2006, como a Turquia, Hong Kong, a Tailândia e a Nigéria, estão livres do
vírus, e a Indonésia tem apresentado “progressos substanciais” no combate a
doença, como resultado de “muitos anos de trabalho árduo e de compromisso financeiro
internacional”.
A organização ainda alerta para outras ameaças crescentes como a peste
dos pequenos ruminantes (PPR), uma doença altamente contagiosa que pode dizimar
rebanhos de ovelhas e cabras. De acordo com a nota, a doença está em expansão na
África Subsaariana, ameaçando países como o Congo, e começa a se disseminar no
Sul da África.
Segundo a FAO, existe uma vacina eficaz para a PPR, mas poucas pessoas
foram imunizadas.
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