Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, detectaram traços de
água em amostras de rocha lunar obtidas das missões Apolo.
Os resultados, publicados no domingo na edição online da revista
científica “Nature Geoscience”, indicam que a Lua em seu início tinha presença
de água que não foi substancialmente perdida durante a sua formação.
Esse não é o primeiro anúncio do gênero, mas, neste caso, os achados
contradizem a teoria predominante sobre a formação lunar, que diz que a Lua foi
formada por fragmentos gerados a partir de um choque entre a Terra e outro
corpo planetário.
“É uma descoberta difícil de explicar considerando o atual modelo de
formação da Lua”, disse Youxue Zhang, um dos autores da pesquisa. “Sob esse
modelo a água deveria ter sido praticamente eliminada.”
Ao longo dos últimos cinco anos, observações espaciais e novas medidas
em laboratório de amostras lunares da Apolo derrubaram a antiga crença de que a
Lua é um corpo árido.
Em 2008, análises em vidros vulcânicos lunares detectaram hidroxila, uma
substrutura da molécula de água. Em 2009, uma sonda lunar da Nasa arremeteu
contra uma cratera lunar permanentemente sombreada e o material ejetado era
surpreendentemente rico em água.
Zhang disse que a maior surpresa do trabalho foi que mesmo em rochas
lunares que não se esperava encontrar nada, algum conteúdo de água foi
encontrado.
“Não foi água ‘líquida’ que conseguimos detectar neste estudo, mas
grupos hidroxilas distribuídos dentro de grãos minerais”, disse Hejiu Hui,
também autor do artigo.
Os grupos hidroxila detectados pelo time de pesquisadores são evidências
de que o interior da Lua continha quantidade significativa de água durante o
seu estágio inicial de formação, antes da crosta se solidificar, e pode ter
desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento de basaltos lunares.
“A presença de água pode implicar uma solidificação mais prolongada do
oceano de magma lunar do que sugerem os cenários baseados no modelo vigente”,
disse Hui.
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