sábado, 23 de fevereiro de 2013

MOSCAS-DAS-FRUTAS DÃO ÁLCOOL COMO MEDICAMENTO PARA A PROLE


 
A mosca-da-fruta (Drosophila melanogaster) tem uma relação muito próxima com o álcool liberado pelos alimentos. Cientistas descobriram que as fêmeas deixam os ovos em uma solução alcoólica para proteger a prole do ataque de vespas parasitas. Este tipo de medicamento somado ao fato divulgado em um estudo anterior de que machos rejeitados tendem beber mais álcool torna a espécie uma das mais tolerantes à substância.
A equipe de pesquisadores havia demonstrado anteriormente que as larvas da mosca-da-fruta consomem grande quantidade de álcool tóxico quando são infectadas por parasitas. Porém, com o novo estudo foi possível descobrir que o álcool usado para combater as vespas tinha um componente passado de geração em geração – as fêmeas expunham as larvas à substância cada vez que uma ameaça surgisse.
“Elas se alimentam de fruto fermentado e certamente pertencem a uma das espécies com mais alta tolerância ao álcool, e esta característica é usada como proteção a parasitas”, disse ao iG , Todd Schlenke da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, autor do estudo publicado no periódico científico Science.
Quando sentem a presença de vespas, as moscas-das-frutas depositam os ovos em um ambiente mais alcoólico. Isto porque o álcool protege a prole dos parasitas, já que as moscas são mais tolerantes ao álcool que os parasitas. O resultado é que as moscas são menos infectadas. No longo prazo, as moscas quando adultas, caso sejam infectadas, se curam mais rapidamente.
Os pesquisadores também descobriram que as moscas adultas percebem a presença das vespas por meio da visão. “Moscas que não tinham olfato reagiram normalmente, ou seja, depositaram os ovos em alimentos com mais álcool quando parasitas estavam presentes. Moscas cegas não reagiram à presença dos parasitas”, disse Schlenke.

EXPOSIÇÃO A REPELENTE PODE DEIXAR MOSQUITO DA DENGUE INSENSÍVEL


Pesquisa publicada no periódico científico “PLoS ONE” mostra que mosquitos Aedes aegypti, após serem expostos uma primeira vez ao repelente do tipo DEET, passaram a ignorá-lo algumas horas depois.
Os pesquisadores expuseram os insetos da espécie, conhecida por transmitir a dengue, a uma pequena dose do DEET, um repelente muito usado comercialmente, inclusive no Brasil, e verificaram que, três horas depois, os animais não eram mais repelidos pelos produto.
Uma análise da atividade elétrica das antenas mostrou que há uma correlação entre a exposição ao DEET e uma menor sensibilidade a essa substância nos neurônios dos insetos responsáveis pelo olfato.
Os pesquisadores explicaram que é algo similar ao que acontece no ser humano, que também se acostuma a um cheiro forte após algum tempo. No entanto, como os sistemas olfativos do homem e do Aedes aegypti são muito diferentes, o mecanismo envolvido nesse processo é deve ser distinto.
“Isso não significa que devemos parar de usar repelentes – pelo contrário, o DEET é muito bom repelente, e ainda é recomendado para uso em áreas de alto risco. Contudo, estamos analisando como os mosquitos podem contornar o repelente a as formas pelas quais podemos combater isso”, diz James Logan, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, no Reino Unido, um dos autores da pesquisa, segundo nota divulgada pela “PLoS ONE”.
Estudos anteriores já haviam mostrado que insetos podem, individualmente, ser imunes ao DEET, e isso tem uma base genética. No caso do efeito analisado neste estudo, trata-se de um mecanismo de curto prazo, não de alguma alteração nos genes. 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

NEUROPRÓTESE CRIA SEXTO SENTIDO EM RATOS QUE PASSAM A “TOCAR” LUZ INFRAVERMELHA EM PESQUISA DE BRASILEIRO

 
Uma neuroprótese foi capaz de criar sexto sentido em ratos, que aprenderam a “tocar” luz infravermelha, em uma nova pesquisa da equipe do brasileiro Miguel Nicolelis, publicada na Nature Communications, nesta terça-feira (12).
Segundo o pesquisador, esta é a primeira vez que uma prótese cortical foi usada ara aumentar a capacidade neurológica de animais adultos. Os mamíferos não são capazes de enxergar a luz infravermelha, mas após o experimentos os ratos conseguiram identificar localização e intensidade da luz pelo tato.
A neuroprótese acopla um sensor infravermelho ao córtex somatossensorial (relacionado ao tato) via microestimulação intracortical. Os animais facilmente aprendem a usar esta fonte de novas informações, e a gerar estratégias de exploração para diferenciar os sinais infravermelhos de seu ambiente.
Em testes percebeu-se que a prótese não desloca a representação original táctil. Assim, as próteses sensoriais corticais, além de restaurar funções neurológicas normais, podem servir para expandir as capacidades perceptivas naturais de mamíferos.
A neuroprótese foi usada para identificar a luz infravermelha, mas poderia ter sido usada para qualquer comprimento de onda, como ultrassom ou raio-x.
Como foi o Experimento – Inicialmente seis ratos fêmeas foram treinadas na câmara com luz normal. Ao piscar a luz em uma das portas, o rato se aproximava e ao tocar a porta com o nariz, recebia água. Depois de aprendida a lição: luz = água, em aproximadamente 25 dias com 70% de acerto, foi colocada a prótese.
Eles foram então recolocados na câmara, onde deveriam realizar a mesma tarefa, mas agora com a luz infravermelha, invisível para a visão deles. Estímulos elétricos aumentavam à medida que os ratos se aproximavam da fonte de luz ou orientavam suas cabeças para o local. A estimulação no mesmo local é conhecida por induzir sensações táteis em homens e macacos.
Os seis ratos demoraram cerca de 26 dias para aprender a nova tarefa com os 70% de acerto. No início, eles não conseguiam identificar os sinais sensoriais com a fonte de luz, chegando a, ocasionalmente, arranhar sua face em resposta à estimulação. Mas após alguns dias eles mudaram seu comportamento. No começo, as portas estavam separadas a 90º, mas os ratos conseguiram obter sucesso também com elas a uma distância inferior a 60º. 

ESCÂNDALO DA CARNE DE CAVALO NA UE PODE LEVAR A TESTES MAIS RIGOROSOS



A Comissão Europeia propôs um aumento nos testes de DNA de produtos à base de carnes para avaliar a escala do escândalo envolvendo carne de cavalo sendo vendida como carne bovina que chocou a população e levantou suspeitas quanto à segurança da cadeia alimentar no continente.
“Os testes serão no DNA dos produtos de carne em todos os países-membros”, disse o comissário para Saúde da União Europeia, Tonio Borg, a repórteres depois de reunião ministerial em Bruxelas para discutir o assunto.
O plano inicial de um mês de testes deve incluir áreas onde a carne de cavalo é manuseada para checar se resíduos de remédios utilizados em cavalos potencialmente danosos à saúde entraram na cadeia alimentar, disse Borg, com os primeiros resultados esperados para meados de abril.
O escândalo irrompeu quando testes realizados na Irlanda revelaram que a carne encontrada em produtos rotulados como sendo de carne bovina eram, na verdade, 100 por cento de cavalo.
Operadores em ao menos 8 países europeus já foram envolvidos no caso até o momento, levantando temores de uma fraude em toda a Europa.
Autoridades disseram que nenhum risco à saúde pública nos produtos alimentares foram identificados neste estágio, mas que testes para remédios equinos na carne estão sendo realizados.
“Isso está impactando a integridade da cadeia alimentar, que é realmente significativa para muitos países. Agora que nós sabemos que isso é um problema europeu, precisamos de uma solução europeia”, disse o ministro da Agricultura da Irlanda, Simon Coveney, antes do encontro.
O comissário europeu disse que a comissão poderá acelerar possíveis mudanças nas regras de rotulagem que forçariam companhias a identificar o país de origem nos produtos de carne processada.
Atualmente, esta regra só vale para carne bovina in natura, e isso deve se estender para cordeiro fresco, carne suína e de frango a partir de dezembro de 2014.
Mas autoridades da UE alertaram em privado que a complexidade das cadeiras tornaria quase impossível implementar tal prática.
Testes de rotina da Autoridade de Segurança Alimentar da Irlanda, em 15 de janeiro, encontraram carne de cavalo em hambúrgueres congelados de carne bovina produzidos por empresas na Irlanda e Grã-Bretanha e vendidos em redes de supermercados, incluindo a Tesco, maior varejista britânica.

CIENTISTAS ANUNCIAM DESCOBERTA DE ÁGUA EM ROCHAS LUNARES


Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, detectaram traços de água em amostras de rocha lunar obtidas das missões Apolo.
Os resultados, publicados no domingo na edição online da revista científica “Nature Geoscience”, indicam que a Lua em seu início tinha presença de água que não foi substancialmente perdida durante a sua formação.
Esse não é o primeiro anúncio do gênero, mas, neste caso, os achados contradizem a teoria predominante sobre a formação lunar, que diz que a Lua foi formada por fragmentos gerados a partir de um choque entre a Terra e outro corpo planetário.
“É uma descoberta difícil de explicar considerando o atual modelo de formação da Lua”, disse Youxue Zhang, um dos autores da pesquisa. “Sob esse modelo a água deveria ter sido praticamente eliminada.”
Ao longo dos últimos cinco anos, observações espaciais e novas medidas em laboratório de amostras lunares da Apolo derrubaram a antiga crença de que a Lua é um corpo árido.
Em 2008, análises em vidros vulcânicos lunares detectaram hidroxila, uma substrutura da molécula de água. Em 2009, uma sonda lunar da Nasa arremeteu contra uma cratera lunar permanentemente sombreada e o material ejetado era surpreendentemente rico em água.
Zhang disse que a maior surpresa do trabalho foi que mesmo em rochas lunares que não se esperava encontrar nada, algum conteúdo de água foi encontrado.
“Não foi água ‘líquida’ que conseguimos detectar neste estudo, mas grupos hidroxilas distribuídos dentro de grãos minerais”, disse Hejiu Hui, também autor do artigo.
Os grupos hidroxila detectados pelo time de pesquisadores são evidências de que o interior da Lua continha quantidade significativa de água durante o seu estágio inicial de formação, antes da crosta se solidificar, e pode ter desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento de basaltos lunares.
“A presença de água pode implicar uma solidificação mais prolongada do oceano de magma lunar do que sugerem os cenários baseados no modelo vigente”, disse Hui.

CIENTISTAS QUEREM USAR ‘ADESIVO’ DE MEXILHÕES EM CIRURGIAS




Uma versão sintética do adesivo poderoso que mantém os mexilhões grudados nas rochas, apesar da força das ondas, pode ter aplicação em cirurgias e tratamentos contra o câncer, indicaram pesquisadores.
Os cientistas criaram um material que imita as proteínas aderentes dos mexilhões e pode ser utilizado em importantes procedimentos médicos para reparar membranas fetais ou criar medicamentos que destruam células cancerígenas, informaram neste fim de semana.
Phillip Messersmith, professor de engenharia biomédica na Universidade Northwest, é um dos pesquisadores que buscam reproduzir as qualidades do mexilhão em uma substância sintética. Com sua equipe, desenvolveu uma versão resistente à água, que serviria para fechar feridas internas, entre outras aplicações médicas.
Testes clínicos estão sendo realizados, com a colaboração de pesquisadores europeus. Outro sintético em que trabalham poderia ajudar a reparar ossos quebrados ou dentes.
Além das pesquisas no campo da medicina, a bióloga da Universidade de Washington Emily Carrington usa a “cola” dos mexilhões como indicador de mudanças ambientais.

VÍRUS SURGIDO EM 2012 ESTÁ ADAPTADO PARA INFECTAR HUMANOS, DIZ ESTUDO


Um novo vírus que surgiu em 2012 no Oriente Médio e já matou cinco pessoas está bem adaptado para infectar os humanos, mas possivelmente poderá ser tratado com medicações que reforçam o sistema imunológico, disseram cientistas nesta terça-feira (19).
O novo vírus, chamado novo coronavírus, ou NcoV, é da mesma família do resfriado comum e da Sars (síndrome respiratória aguda grave). Já houve 12 casos confirmados no mundo e cinco pacientes morreram.
Em um dos primeiros estudos publicados sobre o NcoV, que era desconhecido dos humanos até setembro passado, pesquisadores disseram que ele consegue, com a mesma facilidade do resfriado comum, entrar no revestimento pulmonar e escapar ao ataque do sistema imunológico.
Ele então “cresce muito eficientemente” nas células humanas, e isso sugere que o vírus está bem equipado para contaminar humanos, segundo Volker Thiel, do Instituto de Imunobiologia do Hospital Cantonal, da Suíça, que comandou o estudo.
Os coronavírus são uma família de vírus que inclui o resfriado comum e a Sars – doença que surgiu em 2002 na China e que matou cerca de um décimo das 8 mil pessoas contaminadas no mundo todo.
Os sintomas do NcoV e da Sars incluem doença respiratória severa, febre, tosse e dificuldades respiratórias. Dos 12 casos confirmados até agora, quatro foram na Grã-Bretanha, um na Alemanha, dois na Jordânia e cinco na Arábia Saudita.
Os cientistas sugerem que o vírus tenha vindo de animais, e especialistas britânicos disseram que análises científicas preliminares sugerem um parentesco com os coronavírus de morcegos.
Tampouco se sabe a real prevalência do vírus – é possível que, além dos 12 casos graves que foram diagnosticados, haja pessoas com sintomas mais brandos.
“Não sabemos se os casos (até agora) são a ponta do iceberg, ou se há muito mais gente infectada sem mostrar sintomas severos”, disse Thiel, que trabalhou com uma equipe de cientistas da Holanda, Suíça, Alemanha e Dinamarca. “Não temos casos suficientes para formarmos um quadro completo da variedade dos sintomas.”
Thiel disse que, embora o vírus possa ter saltado de animais para humanos muito recentemente, sua pesquisa mostrou que ele está tão bem adaptado quanto os vírus de resfriados e da Sars para infectar o trato respiratório humano.
O estudo, publicado na “mBio”, periódico digital da Sociedade Americana de Microbiologia, indicou também que o NcoV está suscetível a tratamento com interferons, remédios que reforçam o sistema imunológico e que também são usados com sucesso para o tratamento de outras doenças virais, como a hepatite C.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

ASTEROIDE TERIA MATADO DINOSSAUROS MAIS CEDO QUE IMAGINADO, DIZ ESTUDO



Um estudo feito nos Estados Unidos mostra que os dinossauros foram extintos cerca de 33 mil anos após um asteroide ter atingido a Terra, ou seja, quase dez vezes mais cedo que os cientistas acreditavam até então.
Além disso, a colisão desse corpo celeste pode não ter sido a única causa do fim da espécie, de acordo com o trabalho divulgado nesta quinta-feira (7) na revista científica “Science”.
Segundo o geólogo Paul Renne, que liderou a pesquisa na Universidade da Califórnia, em Berkeley, naquela época os ecossistemas já estavam em estado de deterioração, em decorrência de uma grande erupção vulcânica na Índia.
O pesquisador explica que o clima da Terra poderia estar em um “ponto de inflexão” (desvio) quando o enorme asteroide colidiu na região onde hoje fica a Península de Yucatán, no México, e provocou temperaturas congelantes que dizimaram os dinossauros.
Até agora, acreditava-se que haveria levado cerca de 300 mil anos entre a chegada do asteroide, marcada por uma cratera de 180 quilômetros de extensão perto da cratera Chicxulub, na península mexicana de Yucatán, e a extinção dos répteis gigantes.
No entanto, o novo estudo, baseado em técnicas de datação radiométrica de alta precisão, indica que os eventos ocorreram em um intervalo bem menor.
Outros cientistas questionam, ainda, se os dinossauros não teria morrido antes do impacto do asteroide. “Nosso trabalho basicamente coloca um prego no caixão”, disse Renne.
A teoria de que a extinção dos dinossauros há cerca de 66 milhões de anos estava ligada ao impacto de um asteroide foi proposta pela primeira vez em 1980. A maior parte da prova era a cratera Chicxulub, que teria sido formada por um objeto de cerca de 10 quilômetros de largura que derreteu a rocha assim que bateu no solo, lançando à atmosfera detritos que se espalharam pelo planeta. Esferas conhecidas como “tektites” e outros materiais que comporiam o asteroide ainda são encontrados hoje em todo o mundo.
Renne e colegas reexaminaram tanto a data da extinção dos dinossauros quanto da formação da cratera, e descobriram que eles ocorreram dentro de uma janela de tempo muito mais apertada que o esperado.
“Os dados anteriores diziam que eles (a extinção dos animais e a cratera) eram diferentes em idade, que diferiam em cerca de 180 mil anos e que a extinção aconteceu antes do impacto, o que impediria totalmente que existisse uma relação causal”, afirmou Renne, que estuda as ligações entre extinções em massa e vulcanismo.
Segundo Heiko Palike, do Centro de Ciências do Ambiente da Universidade de Bremen, na Alemanha, a pesquisa resolve as incertezas existentes sobre o período relativo em que ocorreram os dois eventos.

DIVERSIDADE DE ESPÉCIES EVITA COLAPSO DE ECOSSISTEMA, DIZ ESTUDO

coloridos, vibrante, aquário, vida
 
Um estudo da universidade de guelph, no canadá, revela que redução da diversidade de espécies e a monocultura (produção de um único produto agrícola) podem tornar um ecossistema mais vulnerável a mudanças ambientais súbitas, como incêndios e invasão de pragas. o artigo foi publicado na quarta-feira (6) na revista “nature”.
Apesquisa destaca a importância da biodiversidade na estabilidade de ecossistemas para amortecer os impactos de perturbações no meio ambiente. de acordo com os cientistas, os agricultores devem investir no cultivo de mais tipos de plantas em pastagens e bosques para evitar um futuro colapso no ecossistema.
Os pesquisadores monitoraram a estabilidade de ecossistemas altamente produtivos, mas pobres em diversidades de espécies. eles verificaram que, apesar de se mostrarem resistentes às variações climáticas anuais, o ecossistema entrou em colapso quando foi atingido pelo fogo, introduzido pelos cientistas experimentalmente. em contrapartida, pastagens em áreas com uma alta diversidade de plantas sobreviveram ao incêndio.
“As espécies são mais importante do que pensamos. nós precisamos proteger a biodiversidade”, afirmou andrew macdougall, um dos autores do estudo e professor de botânica e membro do centro de pesquisa em biodiversidade da universidade.
Os pesquisadores estudaram por dez anos pastagens no sul de vancouver, no canadá. a área de dez hectares, de propriedade da “nature conservancy of canadá”, consiste em um tipo de savana ou pastagem com a presença de algumas árvores, no caso carvalhos, que estava há 150 anos sem registrar nenhum incêndio.
Os cientistas isolaram partes do terreno e as queimaram para comprar a reação do ecossistema nas áreas com maior e menor diversidade de espécies e plantas nativas.
Os resultados revelam que as parcelas aparentemente estáveis de pastagens uniformes entraram em colapso e foram posteriormente invadidas por árvores, enquanto os locais com diversas espécies resistiram à invasão de plantas lenhosas.
A diversidade também afeta a vulnerabilidade ao fogo, sugere o estudo. as áreas com maior diversidade registraram macas no terreno menos persistentes e tornaram-se menos propensas a sofrer novamente um incêndio de alta intensidade, se comparadas às pastagens com única espécie.
“As monoculturas são um ecossistema muito produtivo que, entra ano e sai ano, produzem e parecem estáveis. mas, de repente, uma grande perturbação acontece e toda a biodiversidade que foi perdida desde o início torna-se importante”, disse o professor e autor do estudo, kevin mccann. 

EXTRATOS DE PLANTAS DO BRASIL INIBEM ATÉ DEZ TIPOS DE CÂNCER, MOSTRA USP


China Hidrocloro natural CAS 141433-60-5 do extrato CP2005 Berberine da planta da pureza elevada fábrica
Espécies de plantas nativas dos gêneros Croton e Astraea, muito comuns no Brasil, demonstraram atividade antioxidante e antiproliferativa de linhagens de células cancerígenas. O novo estudo da USP (Universidade de São Paulo) sugere que as plantas têm potencial para utilização no desenvolvimento de novos medicamentos.
“Elas pertencem ao mesmo gênero do sangue-de-adave ou sangue-de-dragão, espécies conhecidas por seu látex de cor avermelhada”, afirma Daniela Carvalho Ogasawara, do Instituto de Biociências da Universidade. “Praticamente todos os ecossistemas brasileiros possuem representantes do gênero.”
As plantas pesquisadas pela bióloga possuem extratos com grande capacidade de inibição de tumores, como câncer de pulmão, mama e leucemia. Os extratos das folhas e dos caules de todas as espécies, em especial os da Croton triqueter, apresentaram capacidade de sequestro de radicais livres. A maior eficiência foi verificada nas folhas desta espécie, afirma Daniela.
“Para as atividades antiproliferativas, 11 dos 12 extratos [das plantas] demonstraram atividade contra as dez linhagens de células cancerígenas analisadas e nenhum foi tóxico à linhagem de controle, composta por células normais”, destaca a bióloga.
O estudo, que buscou ampliar o conhecimento químico e avaliar o potencial de espécies herbáceas nativas da flora brasileira, foi feito com seis plantas: Astraea comosa, Astraea lobata, Croton lundianus, Croton glandulosus, Croton campestris e Croton triqueter.
Além disso, a bióloga examinou dez linhagens de tumor: câncer de mama, melanoma, glioma, cólon, ovário resistente a múltiplos fármacos, pulmão, próstata, ovário, leucemia e rim.
Segundo a pesquisadora, diversas espécies dos gêneros Croton e Astraea possuem atividade comprovada pelos cientistas.
“O látex vermelho de Croton lechleri apresenta atividades antibacteriana e inibidora da proliferação de células da leucemia, e os extratos da Croton schideanus têm atividade vasorelaxante e antihipertensiva”, explica Daniela.
“Na Croton cajucara, comprovaram-se efeitos hipolipidêmico e hipoglicêmico, além de antiestrogênico e antitumoral.”
As folhas e os caules das plantas foram submetidos a análises de detecção e identificação de componentes de óleos voláteis e flavonoides. Como o trabalho se concentrou nos extratos brutos, as substâncias responsáveis pelas atividades não foram isoladas.

CIENTISTAS DESCOBREM NOVO RÉPTIL VOADOR PRÉ-HISTÓRICO NA TRANSILVÂNIA


O fóssil, batizado de  Nemicolopterus crypticus , foi apresentado no Rio de Janeiro Foto: Uanderson Fernandes/O Dia
                   O fóssil, batizado de Nemicolopterus crypticus, foi apresentado no Rio de Janeiro .

Cientistas da Universidade de Southampton, na Grã-Bretanha, descobriram junto com pesquisadores brasileiros do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) um novo tipo de réptil voador pré-histórico.
Batizado de Eurazhdarcho langendorfensis, o pterossauro teria habitado uma região onde hoje localiza-se a Romênia, segundo o estudo. A pesquisa foi publicada nesta semana no periódico “PLoS One”.
Os fósseis datam do período Cretáceo, têm cerca de 68 milhões de anos e foram encontrados em uma região rica em espécimes extintos na Transilvânia, dizem os cientistas.
“O Eurazhdarcho percente a uma família de grandes pterossauros chamada de Azhdarchidae“, aponta o pesquisador Darren Naish, um dos autores do estudo.
“Eles possuíam longos pescoços e bicos, e suas asas eram bem adaptadas a seu tamanho. Estruturas nos seus ossos e asas mostram que eles poderiam recolher as asas e andar nas quatro patas se necessário”, diz Naish.
Segundo o cientista, o pterossauro possuía cerca de três metros de uma asa até a outra, o que fazia com que ele fosse grande, “mas não gigante”. “Isto está se tornando comum com outros fósseis de animais descobertos na Romênia: eles são em geral pequenos em comparação com seus parentes em outros lugares”, afirma.
A descoberta é a mais completa de um Azhdarchidae na Europa até agora, dizem os cientistas. 

BIODIVERSIDADE NA ALIMENTAÇÃO



Usar produtos nativos brasileiros para a alimentação e nutrição adequada é o que vem sendo discutido na primeira reunião do comitê nacional que trata da biodiversidade para alimentação e nutrição, realizado nesta sexta-feira (08/02), em Brasília. O secretário de Biodiversidade e Florestas, do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Cavalcanti, que abriu o encontro, destacou que o uso sustentável da biodiversidade para a alimentação e nutrição é uma solução que permite o aumento da qualidade de vida, sem danificar o meio ambiente. Ele citou que 90% da flora nativa do país não fazem parte da alimentação dos brasileiros, lembrando que muitas espécies nativas se reproduzem gratuitamente. “O uso da biodiversidade para alimentação e nutrição tem grande potencial que ainda não é usado”, afirmou.
O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Paulo Guilherme Cabral, reforçou a importância do uso biodiversidade, ressaltando iniciativas convergentes com o assunto, como o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), que propõe o uso sustentável dos recursos naturais e a oferta e consumo de alimentos saudáveis. Cabral também enfatizou o valor da parceria de tantas instituições em favor de um tema tão relevante. “Essa atuação integrada é necessária e reforça a importância do uso da biodiversidade para a alimentação”, disse.

Mudança de Hábito - “Queremos chamar a atenção para a riqueza da biodiversidade brasileira, para que a dieta simplificada seja trocada pela dieta diversificada”, sugeriu o gerente de Recursos Genéticos do Departamento de Conservação da Biodiversidade, Lídio Coradin. Ele também é diretor do Comitê Nacional de Coordenação do Projeto Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade para a Melhoria da Nutrição e do Bem Estar Humano, também conhecido como Biodiversidade para Alimentação e Nutrição (BFN, sigla em inglês).
“A alimentação saudável tem que fazer parte da rotina das pessoas, por isso é necessário uma recuperação cultural, quando se usava muito mais produtos naturais do que alimentos processados”, enfatiza Coradin. Lembrou que o arroz, a batata, o trigo e o milho fazem parte dos alimentos básicos.

Parcerias - Durante a reunião, foi instalado o Comitê Nacional de Coordenação do Projeto e discutido o plano operacional. A coordenadora, Deborah Bastos, da Universidade de São Paulo (USP), apresentou os objetivos e o histórico do projeto, assim como o papel de cada parceiro. O objetivo é mostrar a ligação existente entre a biodiversidade, a alimentação e a nutrição.
Para isso, está previsto o desenvolvimento de atividades em âmbito nacional, envolvendo parcerias com uma série de iniciativas do governo federal: Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB), além da ação voltada ao Desenvolvimento da Agricultura Orgânica (Pró-Orgânico).

Participam do Comitê representantes dos ministérios do Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Saúde e Educação, além do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN), do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
Histórico - O desafio de assegurar ao ser humano uma alimentação adequada e saudável, sem comprometer a sustentabilidade do planeta, vem sendo discutida em todo o mundo desde 2006, quando o projeto foi criado nos Estados Unidos. A ação é coordenada pelo Bioversity International (Instituto Internacional de Recursos Genéticos Vegetais – IPGRI, sigla em inglês), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Para promover as ações de desenvolvimento na área estudada pelo projeto – Biodiversidade para Alimentação e Nutrição, Bioversity International e PNUMA decidiram convidar alguns países para integrarem a ação. Dessa forma, hoje fazem parte da iniciativa Brasil, Quênia, Sri Lanka e Turquia. O objetivo é promover a conservação e a promoção do uso sustentável da biodiversidade em programas que contribuam para melhorar a segurança alimentar e a nutrição humana, além de valorizar a importância alimentícia e nutricional das espécies relacionadas à biodiversidade agrícola e resgatar o valor cultural desempenhado no passado por muitas dessas espécies. 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

PARQUE ECOLÓGICO REPRODUZ MICO-LEÃO QUE CHEGOU A SER CONSIDERADO EXTINTO

mico-leão-dourado
 
Um mico-leão-preto, nascido em janeiro no Parque Ecológico Municipal de São Carlos (SP), é mais uma tentativa de preservar a espécie que chegou a ser considerada extinta no início do século passado. O animal integra o projeto de reprodução desenvolvido no local, que há mais de 30 anos se dedica à preservação das espécies em extinção.
O novo morador do parque tem 20 centímetros (contando o rabo), 50 gramas e vive com o pai, a mãe e o irmão. Primo do conhecido mico-leão-dourado, o mico-leão-preto tem o mesmo porte do parente, mas possui a pelagem toda negra com algumas manchas douradas.
Atualmente, há poucos da espécie mantidos em cativeiro. Ao menos 50 estão no Brasil e outros 40 fora do país. Em São Carlos, seis vivem no parque (dois casais, um deles com dois filhotes), segundo o coordenador do local, Fernando Magnani.
De acordo com ele, o principal problema é que eles estão com uma alta taxa de consanguinidade. “Os animais são demais parentes e isso está forçando a população a um decréscimo. Precisaria que entrassem mais fundadores numa colônia, animais completamente diferentes, para dar uma variada na genética para que o potencial reprodutivo melhorasse”, explicou.
Magnani reforçou que a situação é bem complicada. “Se não houver um esforço muito grande da conservação, o mico-leão-preto é um sério candidato a desaparecer nas próximas décadas”, alertou.
Preservação – Fundado há 35 anos, o parque trabalha somente com a fauna sul-americana, em especial, a brasileira. “Essa opção foi feita há mais de 20 anos justamente para poder concentrar os trabalhos e com isso ter um pouco mais de resultados no que diz respeito à conservação, educação e demais itens que a gente tem interesse de oferecer à população”, explicou Magnani.
Segundo ele, o projeto de reprodução é desenvolvido desde o início de funcionamento do parque. As ferramentas, entretanto, foram aperfeiçoadas não só na cidade, mas também em todos os zoológicos do país.
O planejamento de reprodução é feito por meio de grupos de trabalhos que ditam as normas a um comitê sobre a situação dos animais e apontam se há ou não necessidade de reprodução.
“Algumas espécies não têm esse tipo de comitê, então isso é feito de uma maneira informal em contato entre os zoológicos. Os profissionais sabem quais são os animais que estão em excedente e o que estão com as populações em decréscimo”, relatou Magnani.
Trabalho a Longo Prazo – De acordo com o coordenador do parque, existem animais que se reproduzem muito bem no local, porém, há outros em que o processo é lento. Ele citou como exemplo a maioria dos répteis, como serpentes e lagartos, que demora para conseguir acertar o casal e o ambiente adequado a eles.
“Um trabalho pode demorar até dez anos para conseguir um retorno e outros não. A iguana não é um animal ameaçado, mas nós demoramos sete anos para começar a reproduzir. Com as aves menores, em um ou dois anos já conseguimos algum resultado”.
100 Espécies – O Parque Ecológico recebe animais de zoológicos de todo o país. No local há
cerca de 100 espécies e 800 animais, como cisne, guanaco, lhamas, alpaca, condor, pinguins, ursos, onças, jaguatirica, entre outras.
Atualmente, o parque trabalha na reformatação dos ambientes. “Estamos tentando oferecer os animais aos visitantes por bioma. A patagônia e o cerrado estão prontos. Agora vamos tentar investir na mata atlântica”, disse o coordenador.
Pérsio Ronaldo dos Santos, coordenador do programa de educação ambiental no parque, explicou que a ideia é mostrar o animal como se ele estivesse no ambiente natural dele.
Os recintos onde os bichos ficam possuem placas de identificação que fornecem o nome popular do animal (também em inglês), o nome científico, foto, curiosidade sobre a espécie e área de destaque.
Além da visitação, o local atende mais de 10 mil alunos por ano em diversos cursos e atividades que incentivam a prática da conservação da natureza.

EUA TENTAM PROTEGER WOLVERINE, O ANIMAL

                                          Photo: Wolverine on a rock


 
Wolverine – além de ser o personagem da Marvel, que muita gente conhece – é como os norte-americanos chamam o carcaju, um mamífero da família dos mustelídeos, que vive sobretudo no hemisfério norte. Ameaçado de extinção, o animal é visto como um forte candidato para entrar na lista de proteção do governo dos EUA.
O Centro para Diversidade Biológica, no Arizona, e os Defensores da Vida Selvagem entraram com uma ação na justiça para forçar o governo a colocar o carcaju na lista de animais ameaçados. Eles alegam que a mudança climática, causada pelo aquecimento global, está destruindo o habitat do animal nas montanhas rochosas.
“O carcaju é dependente de áreas em altas montanhas, perto da linha de árvore, onde as condições são frias durante todo o ano e a cobertura de neve persiste além da primavera”, relata o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, órgão do governo americano que protege a fauna do país, em um comunicado.
Segundo a instituição, o animal passou por uma situação semelhante. No século 19, a caça predatória quase extinguiu o carcaju, cuja pele era considerada muito valiosa no mercado.
A quase-extinção do animal foi tão forte na época, que, segundo conta o jornal The New York Times, o animal deixou de estar presente na consciência pública (mesmo ele sendo o símbolo do estado do Michigan) e passou a ser confundido com lobos (wolves, em inglês).
Prova disso é que o ator Hugh Jackman, hoje um dos indicados ao Oscar, se baseou em lobos para interpretar nos cinemas o personagem Wolverine – aquele de quem falamos no início desta reportagem.
A estimativa mais recente mostra que existem apenas 300 desses animais no meio ambiente hoje. Se for aceita pelos órgão competentes nos EUA, a proposta vai incluir o carcaju no mesmo patamar dos ursos polares e de algumas espécies de corais, que também estão ameaçados pelo aquecimento global.
O carcaju é o maior membro terrestre dos mustelídeos, chegando a pesar entre 8kg e 18kg. Ele se assemelha a um pequeno urso com uma cauda peluda. Sua dieta é baseada em vegetais e carnes. O carcaju, que também é chamado na Europa de glutão, é considerado tímido em relação ao homem, mas agressivo com outros animais. 

ÍNDICE APRIMORA MONITORAMENTO DA ÁGUA DE RIOS

PAISAJES NATURALES/
 
Pesquisa realizada em sete rios do interior de São Paulo testou aperfeiçoamentos do Índice de Comunidade Fitoplantônica (ICF), baseado na presença e composição do fitoplâncton, um dos indicadores adotados para avaliar a qualidade da água, inclusive à destinada ao abastecimento público. As mudanças adotadas no trabalho tornaram o ICF mais preciso quando comparado com os outros parâmetros fisico-químicos e microbiológicos adotados no monitoramento da água de rios. As análises do biólogo Arnaldo Tiago Ribeiro Amorim de Oliveira, realizadas em estudo da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, revelam que apenas dois rios avaliados com o índice modificado apresentaram água com boa qualidade.
O fitoplancton é composto por algas e cianobactérias que habitam os ambientes aquáticos. A pesquisa revisou o ICF, um dos índices multimétricos desenvolvidos e utilizados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) no monitoramento qualidade das águas do Estado. “Rios degradados apresentam carga orgânica e concentrações de nitrogênio e fósforo elevados, fazendo que apenas alguns grupos de organismos do fitoplancton mais resistentes à estas condições se desenvolvam. Essa dinâmica serve de indicador do comprometimento da qualidade ambiental”, diz o biólogo. “Além do ICF, o monitoramento considerou dados físico-químicos, microbiológicos e os outros índicadores ambientais comumente utilizados, como o Índice de Vida Aquática (IVA) e o Índice de Estado Trófico (IET), relacionado a presença de substâncias que influenciam no desenvolvimento das algas”.
A pesquisa adaptou para utilização em rios a metodologia utilizada para verificação do ICF em reservatórios de água. “Nos rios a densidade do fitoplâncton, ou seja a quantidade de organismos existentes, tende a ser menor”, aponta Oliveira. “Os critérios de indicação da qualidade da água do ICF foram ampliados com o estabelecimento de cinco níveis: excelente, boa, regular, ruim e péssima. Desse modo, a avaliação acompanhou com mais fidelidade os resultados obtidos nas demais medições”.
O novo critério de avaliação do ICF, combinado com outros parâmetros físico-químicos (precipitação, vazão, temperatura, pH, oxigênio dissolvido, turbidez, condutividade, carga orgânica e nutrientes) e microbiológicos (Coliformes termotolerantes e clorofila), além da comparação com os padrões da Resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), conseguiu separar de forma bastante precisa os rios conforme a sua qualidade da água. “Nos rios Sorocamirim, próximo a São Roque e Atibaia, ela é boa. No Corumbataí, na região de Piracicaba, e no São Miguel Arcanjo, é regular”, conta o biólogo. “A pior qualidade da água foi verificada no rio Piracicaba, que teve dois pontos de coleta, no Água do Norte, próximo a Marília, e no rio Jundiaí-Mirim”.
Fitoplâncton – As análises realizadas em oito pontos de coleta durante um ano, com medições bimestrais, também identificou os grupos mais característicos do fitoplâncton existente nestes rios. “Houve um maior predomínio de diatomáceas, organismos que foram associados a condições mais satisfatórias da qualidade da água”, relata Oliveira. “Também foram identificados outros grupos como clorofíceas, flagelados e cianobatérias, sendo as últimas relacionadas com a água de qualidade péssima no índice, devido ao potencial de produção de toxinas nocivas, bem como relacionado aos outros dados”.
O biólogo destaca que as características hidráulicas e hidrológicas dos rios influenciaram na densidade do fitoplâncton. “Normalmente, a densidade das espécies é menor nos rios, mas alterações como a construção de barragens e a presença de lagoas marginais ao longo do rio aumentam essa concentração”, afirma. “O índice pode fazer parte de uma rotina de biomonitoramento, pois refletiu de forma mais sensível os outros parâmetros de qualidade, e os resultados da pesquisa indicam que o controle da poluição deve ser melhorado em alguns dos locais”.
A pesquisa faz parte de dissertação de mestrado apresentada na FSP em outubro de 2012, orientada pelo professor José Luiz Negrão Mucci. Oliveira lembra que alguns grupos de cianobactérias existentes no fitoplâncton podem produzir toxinas que causam riscos à saúde humana em caso de consumo da água.
“Índices de qualidade da água como este, além de facilitar a compreensão dos dados de monitoramentos, fornecem uma indicação dos grupos que mais ocorrem nos rios e permite a elaboração de planos de prevenção e acompanhamento de medidas de controle”, ressalta o biólogo. “Também outros tipos de algas podem proporcionar gosto e odor na água, tornando-a inadequada para o consumo”.