Um estudo divulgado nesta terça-feira (16) pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) revela que o brasileiro está consumindo muito
mais sódio que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de
2 gramas por dia.
No topo do ranking, aparecem “vilões” aparentemente inocentes, como o
queijo minas frescal, com uma concentração média de 505 mg de sódio por porção
de 100 gramas – um quarto do total indicado.
A pesquisa foi feita em 14 estados, mais o Distrito Federal, com base em quase 500 amostras de 26 categorias de alimentos coletados entre 2010 e 2011.
A pesquisa foi feita em 14 estados, mais o Distrito Federal, com base em quase 500 amostras de 26 categorias de alimentos coletados entre 2010 e 2011.
Queijo parmesão, mortadela, macarrão instantâneo e biscoito de polvilho
também estão no alto da lista. Um pacote de biscoito de polvilho de 100 g, por
exemplo, tem em média mais da metade (1,09 g) de toda a quantidade de sódio que
uma pessoa deve ingerir em um dia inteiro.
Outro produto destacado pela agência como perigoso se consumido em
excesso é o hambúrguer bovino, com uma média de 701 mg de sódio em 100 g.
A alta concentração de sódio no organismo é um fator de risco para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares – como infarto e derrame cerebral
–, hipertensão, obesidade, diabetes, problemas renais e tumores. O sódio
representa cerca de 40% da composição do sal, ou seja, 2 g de sódio indicados
por dia equivalem a 5 g de sal.
Segundo dados da OMS, em 2001, 60% das 56,5 milhões de mortes
notificadas no mundo foram resultado de doenças crônicas não transmissíveis,
como as citadas acima. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a população do país consome, em média, 12 gramas de sal por
dia.
Variação de sódio – A Anvisa também observou se as diferentes marcas dos produtos
apresentavam uma variação significativa no teor de sódio. Nesse ponto, os
queijos minas frescal, parmesão, ricota e pão de queijo lideraram a lista.
No caso do queijo branco, a quantidade de sódio chegou a variar 14,4
vezes de uma marca para a outra. No parmesão, foram 13,7 vezes; na ricota,
10,5; e no pão de queijo, quase 8.
Por isso, a agência reforça a importância de o consumidor verificar
sempre o rótulo com as informações nutricionais dos alimentos antes de
comprá-los. Também é importante fazer uma comparação entre as marcas
disponíveis, para escolher a mais saudável.
Além disso, a Anvisa recomenda que as pessoas experimentem o que vão
comer antes de pôr mais sal. Outras dicas são diminuir gradativamente a
quantidade adicionada ao alimento, para acostumar o paladar, consumir mais
comidas frescas e trocar o sal por temperos naturais, como alho, cebola,
salsinha, limão e azeite.
Metas de redução – Em agosto, o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das
Indústrias da Alimentação (Abia) assinaram um acordo para reduzir o sódio nos
alimentos industrializados no país. Temperos, caldos, cereais matinais e
margarinas devem ser alterados aos poucos, até chegar à meta estabelecida em
2015. Em abril do ano passado, foi assinado outro acordo, que incluiu itens
como o macarrão instantâneo.
Esse foi um dos produtos analisados pela Anvisa desta vez, e a
concentração média encontrada foi de 1,79 g para cada 100 g. O valor está
dentro do pactuado, que prevê um valor máximo de 1,92 g por 100 g – incluindo o
sódio do macarrão e do pacotinho de tempero.
Apesar disso, a agência também encontrou problemas: uma amostra avaliada
tinha 2,16 g de sódio em 100 g, quantidade superior ao que ficou acertado no
ano passado.
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