Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Duke, nos Estados
Unidos, descobriram que um raro tipo de linfócito (célula do sistema
imunológico) pode ajudar no tratamento de doenças autoimunes graves, como
esclerose múltipla e atrite reumatoide.
O estudo, publicado na revista “Nature” deste domingo (14), aponta que
as células foram reproduzidas em laboratório e inseridas novamente em
organismos de ratos doentes, com resultados positivos.
As células estudadas, um subgrupo dos linfócitos chamados de B10, são
encontradas em pequena concentração nos organismos. Elas são, no entanto,
importantes para controlar inflamações e o processo autoimune, de acordo com a
pesquisa.
As células B10 produzem uma proteína, a chamada IL-10, que ajuda a
controlar a resposta do sistema imunológico durante infecções, reduzindo danos
causados deliberadamente a tecidos do corpo, segundo a pesquisa.
Tratamento – Ratos com sintomas de esclerose múltipla receberam linfócitos B10 em
seu organismo. Após algum tempo, os efeitos da doença foram reduzidos de forma
substancial, quase eliminando o distúrbio, de acordo com o estudo.
“Células B regulatórias são uma nova descoberta que ainda estamos
começando a entender”, afirma o autor da pesquisa, o professor de imunologia
Thomas Tedder, à revista “Nature”. Para ele, as células B10 são importantes
porque garantem que a resposta do sistema imunológico não saia do controle,
resultando em destruição de tecidos e outros efeitos de doenças autoimunes.
“Este estudo mostra pela primeira vez que há um processo que determina
quando e como estas células produzem IL-10″, afirma Tedder. A descoberta é que a célula B10 responde a tipos específicos de antígenos – quando isso
ocorre, estes linfócitos e suas proteínas agem para
desativar outros tipos de células do sistema imunológico que poderiam causar
destruição de tecidos do organismo.
Os cientistas descobriram que, mesmo sendo reproduzidas em laboratório,
as células B10 obtidas de ratos mantém sua capacidade de controlar o sistema
imunológico. Os próximos passos do estudo incluem entender como funciona a
reprodução de linfócitos B10 humanos e determinar se o uso terapêutico das
células terá o mesmo efeito que o ocorrido em ratos.
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