terça-feira, 16 de outubro de 2012

CÉLULAS RARAS PODEM SERVIR PARA TRATAR ESCLEROSE MÚLTIPLA, DIZ ESTUDO


 
Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, descobriram que um raro tipo de linfócito (célula do sistema imunológico) pode ajudar no tratamento de doenças autoimunes graves, como esclerose múltipla e atrite reumatoide.
O estudo, publicado na revista “Nature” deste domingo (14), aponta que as células foram reproduzidas em laboratório e inseridas novamente em organismos de ratos doentes, com resultados positivos.

As células estudadas, um subgrupo dos linfócitos chamados de B10, são encontradas em pequena concentração nos organismos. Elas são, no entanto, importantes para controlar inflamações e o processo autoimune, de acordo com a pesquisa.
As células B10 produzem uma proteína, a chamada IL-10, que ajuda a controlar a resposta do sistema imunológico durante infecções, reduzindo danos causados deliberadamente a tecidos do corpo, segundo a pesquisa.

Tratamento – Ratos com sintomas de esclerose múltipla receberam linfócitos B10 em seu organismo. Após algum tempo, os efeitos da doença foram reduzidos de forma substancial, quase eliminando o distúrbio, de acordo com o estudo.
“Células B regulatórias são uma nova descoberta que ainda estamos começando a entender”, afirma o autor da pesquisa, o professor de imunologia Thomas Tedder, à revista “Nature”. Para ele, as células B10 são importantes porque garantem que a resposta do sistema imunológico não saia do controle, resultando em destruição de tecidos e outros efeitos de doenças autoimunes.

“Este estudo mostra pela primeira vez que há um processo que determina quando e como estas células produzem IL-10, afirma Tedder. A descoberta é que a célula B10 responde a tipos específicos de antígenos quando isso ocorre, estes linfócitos e suas proteínas agem para desativar outros tipos de células do sistema imunológico que poderiam causar destruição de tecidos do organismo.
Os cientistas descobriram que, mesmo sendo reproduzidas em laboratório, as células B10 obtidas de ratos mantém sua capacidade de controlar o sistema imunológico. Os próximos passos do estudo incluem entender como funciona a reprodução de linfócitos B10 humanos e determinar se o uso terapêutico das células terá o mesmo efeito que o ocorrido em ratos. 

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