Cientistas da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, descobriram um
novo tipo de bactéria que pode ajudar a entender como vários destes micróbios
passaram a viver dentro do organismo dos insetos, trazendo benefícios através
de relações conhecidas como simbiose.
O estudo, publicado nesta quinta-feira (15) no site do periódico “PLoS
Genetic”, sugere que espécies de insetos foram infectadas por bactérias
agressivas há várias gerações, originárias de plantas e animais. Com o tempo,
os microorganismos evoluíram para se tornar menos letais e, com isso, se
beneficiar de serem transmitidos para os filhotes dos insetos. Esta
“domesticação” das bactérias pelos insetos, na palavra dos pesquisadores, era
um mistério para a comunidade científica.
Com a nova bactéria, que foi descoberta após um idoso americano machucar
sua mão em uma árvore e ter uma infecção, é possível entender melhor “a origem
dos benefícios mútuos de uma relação simbiótica entre micróbios e os insetos”,
afirmou o pós-doutorando Kelly Oakeson, um dos autores da pesquisa.
“Há várias bactérias no meio ambiente que fazem relações simbióticas com
insetos. É a primeira vez que um destes micróbios é encontrado e estudado”,
disse Oakeson na pesquisa. A nova bactéria pode ser reproduzida em laboratório
com facilidade, e está ligada ao gênero Sodalis, um dos muitos tipos de
bactéria que vivem no corpo dos insetos, segundo o estudo.
O estudo afirma que, no futuro, deve ser possível manipular os genes da
bactéria descoberta para que ela impeça que insetos transmitam doenças, como o
mosquito da malária, o mosquito da dengue e a mosca tsé-tsé, que transmite a
chamada doença do sono.
“Se conseguirmos modificar geneticamente a bactéria e colocá-la de volta
nos insetos, ela pode ser usada como uma forma de combater doenças que são
transmitidas por estes insetos”, disse o pesquisador Adam Clayton, da mesma
universidade e um dos autores do estudo.
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