Proteja - se do Césio 137
O diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da Comissão Nacional de
Energia Nuclear (Cnen), Ivan Salati avaliou que, nesta quarta-feira (12), são
“absolutamente pequenas” as possibilidades que venha a se repetir no Brasil um
acidente radioativo como o que ocorreu em Goiânia, há 25 anos, quando houve
vazamento do material radioativo césio 137.
Segundo ele, a responsabilidade dos operadores de fontes radioativas foi
reforçada, o césio usado em aparelhos de radioterapia foi substituído pelo
cobalto e esse elemento vem sendo trocado também por aceleradores, “que
permitem que o tratamento dado aos pacientes seja mais eficaz que as chamadas
bombas de cobalto e bombas de césio”.
O diretor da Cnen acredita que, atualmente, as pessoas que lidam com
materiais radioativos têm mais informação sobre como manuseá-los e, além disso,
a fiscalização tem sido mais mais sistematizada.
Hoje, a comissão tem um cadastro eletrônico dos equipamentos e máquinas
que usam fontes radioativas. Além disso, a Cnen, tem treinado o pessoal do
Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e da Polícia Rodoviária Federal para lidar
com situações como a do vazamento de material radioativo de Goiânia.
Salati destacou como medida preventiva, adotada a partir do acidente com
o césio 137, a obrigatoriedade de autorização da Cnen para a entrada de
equipamentos de radiação importados, em um trabalho conjunto com a Receita
Federal. Além disso, as instituições onde os aparelhos serão instalados passam
por uma vistoria e a Cnen exige que as pessoas que vão operar a fonte sejam
capacitadas.
As cerca de 6 mil toneladas de lixo radioativo retiradas do acidente do
césio 137 foram levadas inicialmente para um depósito provisório no município
de Abadia de Goiás, próximo de Goiânia. Posteriormente, foi construído um depósito
definitivo, dentro dos padrões internacionais, devido ao grande volume de
rejeitos do acidente radioativo.
“O depósito foi construído para durar até que a radioatividade se reduza
a um nível muito baixo que não ofereça riscos à população, nem para o meio
ambiente”, disse Salati. Na área do depósito, segundo ele, foram montados
laboratórios onde são feitas pesquisas e o monitoramento do local. “É um
exemplo de como um repositório pode ser integrado à vida de uma cidade sem ter
consequências negativas”.
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