O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (13) que verificou risco de surto da dengue em 91 municípios em 17 estados brasileiros. Desses estados, segundo a pasta, em dois já se pode considerar situação de surto da doença: Tocantins e Pernambuco.
Nos dois estados em situação de surto, além da alta incidência – em Tocantins, foram 249,4 casos por grupo de 100 mil habitantes – foram localizados mais focos de infestação (mais de 3,9% dos imóveis com larvas do mosquito transmissor). Nessas situações, segundo o Ministério da Saúde, a chance de reversão do alastramento da doença é baixa.
Outra preocupação do ministério está centrada no município do Rio de Janeiro, segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A cidade concentra o maior número de casos, segundo o levantamento de infestação do Aedes Aegypti (LIRA), feito pelo ministério.
De 1º de janeiro até 11 de fevereiro, foram 2.322 casos da doença registrados na capital fluminense. O estado do Rio de Janeiro também concentra o maior número de incidências, com 4.275 casos.
“A cidade do Rio de Janeiro é a que mais preocupa desde agosto do ano passado. O LIRA do Rio de Janeiro que apresentamos hoje teve uma redução, o que significa que o trabalho que tem sido feito pelas equipes do Rio de Janeiro tem surtido efeito para a redução, mas não afasta o Rio de Janeiro de ter a pior epidemia da sua história”, afirmou o ministro.
Dos demais municípios que apresentam risco de surto, 22 estão na Bahia, 12 no Maranhão, 12 em São Paulo, sete na Paraíba, sete em Goiás, seis em Pernambuco, seis no Amazonas, cinco no Pará, três no Ceará, dois em Alagoas e Sergipe e um em Roraima, Rondônia,Tocantins, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Redução de Casos – O Ministério da Saúde também informou que o número de casos de dengue registrados no país entre os dias 1º de janeiro e 11 de fevereiro de 2012 teve uma redução de 62% em relação a 2011. De acordo com o balanço divulgado pela pasta na nesta segunda, no ano passado, no mesmo período, foram registrados 106.373 casos, contra 40.486 neste ano.
Do total, 75% estão concentrados em 10 estados: Rio de Janeiro (4.275), Minas Gerais (3.531), Pernambuco (3.495), Tocantins ((3.450), Pará (3.304), Bahia (2.743), Goiás (2.690), São Paulo (2.590), Ceará (2.322) e Espírito Santo (1.982). Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que foram confirmados apenas 129 casos de dengue em janeiro. O número divulgado pelo Ministério da Saúde, afirmou, inclui “ainda em investigação”.
“Em síntese, é uma notícia boa. No entanto, como ainda estamos na metade de fevereiro temos de manter o alerta, a mobilização, para que a gente chegue até o final do verão com este grau forte de compromisso”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa.
Segundo o ministério, o número de casos de casos considerados graves da doença reduziram em 86% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre primeiro de janeiro e 11 de fevereiro de 2011, foram registrados 1.345 casos graves, contra 183 neste ano. Os números de mortes causadas pela dengue também apresentaram redução nos primeiros dias de 2012. Foram 95 mortes em 2011 contra 32 em 2012.
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a redução de casos neste ano é resultado de uma série de ações de combate ao mosquito transmissor. O Ministério da Saúde fez repasse adicional de R$ 92, 8 milhões a 1.159 municípios para o controle da doença. Também foram distribuídas 2,5 mil toneladas de larvicidas e 350 mil litros de inseticidas.
“Nós queremos reafirmar que o caso de termos 62% a menos de casos de dengue nestas primeiras semanas revelam a importância de se manter a estratégia do controle, seja do foco do mosquito, da qualificação dos profissionais e também de intensificar as ações neste momento. Temos um primeiro quadro do início do ano”, disse Padilha.
Para o ministro, embora os números tenham sido reduzidos, não há motivo para reduzir as ações. “Dados positivos não são motivos para baixarmos a guarda. São motivos para vermos o que deu certo e reforçarmos as ações”, disse Padilha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário