O Banco Mundial (Bird) advertiu nesta sexta-feira (24) que os oceanos estão em perigo e propôs que governos, ONGs e outros grupos se associem para protegê-los, uma tarefa para a qual será necessário arrecadar US$ 1,5 bilhão em cinco anos.
Durante a Cúpula dos Oceanos do Mundo, que acontece em Cingapura, o presidente da instituição, Robert Zoellick anunciou a criação da “Associação Global para os Oceanos”, para combater a sobrepesca e a degradação do meio marinho.
O economista apresentou a iniciativa para reunir “países, centros científicos, organizações internacionais, fundações e o setor privado para compartilhar conhecimentos, experiência, perícia e investimentos ao redor de um conjunto de objetivos estabelecidos”.
Concretamente, Zoellick propôs vários objetivos que esta associação nos próximos dez anos, incluindo a redução a menos da metade dos estoques mundiais de pescado. Para obter os meios necessários, a Associação arrecadará pelo menos US$ 300 milhões destinados a reformas, anunciou o presidente do Banco Mundial.
Também serão arrecadados mais US$ 1,2 bilhão para promover “oceanos saudáveis e sustentáveis”. “No total, somam 1,5 bilhão em novos compromissos ao longo de cinco anos”, disse Zoellick, antes de anunciar que o Bird organizará a primeira reunião da Associação em abril em Washington.
Problemas Ambientais – Quase 85% dos pesqueiros situados em oceanos são explorados no nível máximo, sobre-explorados ou esgotados, incluindo a maioria das reservas das 10 espécies principais, segundo Zoellick. “Os fatos não mentem e as estatísticas mostram que não estamos fazendo o suficiente (…) e que os oceanos continuam doentes e morrendo”, declarou.
A Associação também tem como objetivo aumentar os lucros líquidos anuais da pesca em até US$ 30 bilhões de dólares, contra as perdas atuais, calculadas em US$ bilhões por ano. As zonas marinhas protegidas devem dobrar, já que atualmente menos de 2% da superfície dos oceanos está protegida, enquanto 12% da terra está preservada.
No aspecto econômico, o diretor do Bird destacou que mesmo poucas ações terão um grande impacto. Nos países em desenvolvimento, os peixes e frutos do mar são a principal fonte de proteínas para um bilhão de pessoas. Além disso, mais de 500 milhões de pessoas têm a pesca como meio de vida. Nestas nações, o peixe é o alimento mais comercializado. Em muitos Estados insulares do Pacífico, eles representam 80% das exportações.
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