Em vez de ir para o lixo, garrafas PET usadas podem ser transformadas em matéria-prima para a produção de verniz, substituindo compostos derivados de petróleo.
No seu estudo de mestrado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o químico Antonio Eduardo Ferreira Alves da Silva desenvolveu uma técnica para transformar as garrafas plásticas jogadas no lixo em um verniz em pó que pode ter várias aplicações: de utensílios domésticos a eletrônicos e indústria automotiva.
O experimento, que já foi patenteado, levou a última edição do prêmio de pesquisa da Abripet (Associação Brasileira da Indústria do PET).
“O trabalho é importante porque aproveita um material que seria descartado e poderia acabar jogado de qualquer jeito, prejudicando o ambiente”, disse Silva, que já tinha grande experiência no mundo das tintas industriais antes de se aventurar pelo ramo da pesquisa.
O cientista lidou com material que já havia sido descartado. Após serem moídas, as garrafas passam por um processo de degradação que altera seu peso molecular.
O material passa ainda por outros processos até ser incorporado à receita que forma o verniz sustentável.
O resultado já mostrou que o material é viável para diversos usos e aderiu bem às superfícies em que foi testado.
Aperfeiçoamento - Silva ressalta que o verniz em pó ainda precisa ser aperfeiçoado antes de entrar no mercado – o que ainda não tem previsão de acontecer.
“Para ser comercializado, é preciso resolver alguns problemas eventuais, como a formação de bolhas.”
Além disso, diz o cientista, o material é bastante duro. “Algumas aplicações pedem maleabilidade do verniz. É uma propriedade que precisa ser levada em consideração”, completa.
Por enquanto, o verniz em pó sustentável de Silva ainda está restrito ao laboratório, mas já existem no mercado tintas e vernizes que usam o PET como um de seus componentes.
“Mas o uso ainda é restrito. Temos que disseminá-lo”, afirma Silva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário