Sexo traz vida, mas também desperta sentimentos destrutivos nas pessoas. Sexo move muita gente e paralisa outros. E por isso é tão simples — e ao mesmo tempo complicado — falar sobre o assunto.
Olha só esse caso: Ed Houben é doador profissional de esperma desde os 29 anos — sim, é a profissão dele e ele é pago por isso. Aos 33 anos, ele já poderia ter tido 25 filhos, de acordo com a quantidade que doou. Até aí, normal, se eu não te contasse que Ed era virgem. Isso mesmo, virgem!
Ele só perdeu a virgindade aos 34 anos, quando já trabalhava como doador de esperma independente e conheceu um casal que queria ter um filho, mas o homem era infértil. O desejo do casal era que o filho fosse "feito" da maneira tradicional. Ed topou.
E é aí que tudo começa a dar um nó na cabeça de quem acompanha a história. Até então o holandês trocava esperma por dinheiro, o que é muito comum em diversas partes do mundo, mas em dado momento Ed começou a trocar não só o esperma, mas também sexo por dinheiro.
O que ele faz não é ilegal na Alemanha ou na Holanda — países de onde vêm os casais com quem ele mais trabalha -, é mais barato do que uma inseminação artificial, mais eficiente e rápido. Além disso, Ed ajuda casais que sonham em ter um filho a realizar esse sonho.
É certo ou errado?
Os casais escolhem o método para conseguir atingir um objetivo de vida: ser pais. O doador profissional disponibiliza o método para atingir um objetivo: ganhar a grana de todo dia com o que tem para oferecer.
O sexo feito para gerar um filho, que não poderia ser gerado entre o casal, é traição? Pode ser visto assim? Como se sente um homem que escolhe esse tipo de começo de gestação?
Como já disse, sexo é um assunto cheio de curvas e reviravoltas. Assim como quando você é pai de uma criança adotada ou de um filho do primeiro casamento da pessoa com quem você resolveu dividir sua vida, você é totalmente pai daquela criança gerada por outro homem.
A biologia, nesses casos, não é tão importante quanto a convivência e o amor. E é aí também que dá pra perceber que os fins justificam os meios, pelo menos nesse caso. Talvez escolher esse serviço seja uma prova de amor, desapego e confiança. Talvez seja só maluquice mesmo.
Não dá pra gente saber o que passaram esses casais tentando ter filhos. Não dá pra saber quando foi que Ed resolveu trabalhar com isso dessa maneira. O que dá pra gente notar é que costumamos julgar as pessoas e suas atitudes sem entender o que passa por traz de tudo isso.
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