sábado, 29 de setembro de 2012

ESTUDO APONTA SINTOMAS ASSOCIADOS A RECAÍDAS NO USO DE MACONHA


Alterações no humor, problemas de sono e perda de apetite são sinais. Cientistas australianos avaliaram 49 usuários em período de abstinência .
Alguns sinais físicos estão mais ligados à volta ao uso de maconha (Foto: David McNew/Getty Images/AFP)

Cientistas australianos avaliaram 49 usuários de maconha durante um período de abstinência e identificaram que alguns sintomas físicos estão mais ligados a chances de recaída do que outros. Os resultados estão publicados nesta quarta-feira (26) na revista científica "PLoS ONE".

Segundo os autores da Universidade de Nova Gales do Sul, pessoas com sinais como tensão, ansiedade, depressão, alterações de humor, perda de apetite e problemas no sono são mais propensas a voltar a fumar após um tempo sem a droga.

Já outras manifestações físicas, como ondas de calor, fadiga e suor noturno, não foram tão relacionadas às recaídas.

O pesquisador David Allsop e colegas avaliaram os prejuízos nas atividades diárias após duas semanas de interrupção no uso da planta do gênero Cannabis sativa.

A equipe também analisou o grau de reutilização um mês depois. Os voluntários que apresentaram um maior comprometimento funcional decorrente da abstinência acabaram fumando mais maconha no mês seguinte à tentativa de parar.

Segundo os cientistas, o trabalho pode ajudar na busca por novas estratégias de tratamento para as pessoas que querem deixar de fumar maconha e sofrem com a abstinência.

ROBÔ QUE REPRODUZ GESTOS HUMANOS AJUDARÁ PACIENTES DE FISIOTERAPIA

Sistema desenvolvido pela USP de São Carlos estará disponível em 1 ano. Pesquisa usa o sensor do Kinect para executar movimentos no humanoide.

O estudante Fernando Zuher, responsável pela pesquisa com Nao (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Um sistema desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP em São Carlos (SP) permite que um robô reproduza gestos humanos. A pesquisa visa auxiliar pacientes no tratamento de fisioterapia. Outra ideia é promover uma interação com crianças do ensino fundamental e ajudar no aprendizado de matemática.

Os testes são feitos no robô Nao, comprado de uma empresa francesa em 2010 por meio de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Com o uso do Kinect, um sensor de movimentos desenvolvido para o videogame Xbox 360, o humanoide reconhece movimentos do corpo humano para execução de duas tarefas principais.

Uma delas é a realização de alguns comportamentos pré-definidos, como caminhar (para frente/trás, lateralmente e em rotação), sentar e levantar e executar alguns gestos. A outra é uma imitação direta em tempo real (mímica) reproduzindo o movimento humano da forma mais semelhante possível.

O robô Nao realiza essas tarefas através da percepção do estado de algumas junções do corpo, como ombro, cotovelo, quadril e joelho – além do pescoço e mãos.

“Futuramente, com apoio dessa tecnologia, será possível fazer uso de robôs para realizar atividades em que não se esteja presente. Poderá se controlar o robô a distância para ele verificar algo simples, por exemplo, se as chaves estão dentro do armário”, explica Fernando Zuher, aluno de doutorado responsável pelo estudo.

Interação amigável
A professora Roseli Aparecida Francelin Romero, do ICMC, diz que um dos objetivos do sistema é tornar a interação homem/robô mais amigável e permitir a atuação da máquina em diversas aplicações.

Muito em breve, afirma ela, o robô poderá atuar como um personal trainer, corrigindo os movimentos e exercícios desenvolvidos pela pessoa. Com o avanço dos estudos, o objetivo é que em até um ano o humanoide atue de forma eficaz na fisioterapia de pacientes.

“O fisioterapeuta não teria a necessidade de estar acompanhando os idosos ou os pacientes durante as sessões. E estes não precisariam se deslocar. A ideia é que o especialista grave o movimento em um pen drive, e a pessoa tenha um robô em casa. Ele ajudaria a fazer os movimentos, executaria até a correção e incentivaria”, explica.

Segundo Romero, os próprios consultórios poderiam adquirir os robôs. Um modelo semelhante ao humanoide Nao custa em torno de R$ 30 mil, mas a tendência é que esse valor diminua, diz a professora.

“A longevidade está aumentando de um modo geral. Hoje, nos Estados Unidos, a gente tem falta de fisioterapeutas. Isso vai acabar ocorrendo no Brasil também, onde há falta de mão de obra qualificada em diversas áreas. Fisioterapia é só um exemplo, mas a robótica está entrando em diversos setores”, ressalta a professora.

Em ambientes educacionais, o uso do robô seria um estímulo às crianças no aprendizado de conceitos, como de matemática, com mais facilidade. De acordo com Romero, já existem escolas no Estado de São Paulo que utilizam essa prática para tornar o estudo ainda mais agradável.

“Os robôs vão participar da vida do ser humano com o intuito de auxiliar. Não os vejo substituindo a mão de obra, muito pelo contrário. As pessoas hoje têm que interagir com muitas coisas ao mesmo tempo e não estão conseguindo fazer bem feito. Se elas tiverem um robô que esteja olhando, observando o que ela deve fazer da melhor forma possível, acho que isso irá promover trabalhos executados com melhor qualidade e trará um benefício enorme para a sociedade em todos os setores”, avalia a pesquisadora.

Futebol de robôs

Outro plano do ICMC é a criação de um time de futebol de robôs humanoides para participar da RoboCup, competição que reúne as melhores equipes do mundo e que será realizada no Brasil em julho 2014, em João Pessoa (PB), em paralelo à Copa do Mundo de Futebol.

O Grupo de Computação Bioinspirada do ICMC já possui tradição em futebol de robôs. A equipe Warthog Robotics, uma parceria do ICMC com a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, já participou da Robocup em 2011 e também venceu torneios nacionais na categoria Very Small Size.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

CISTO SEBÁCEO


 
O que é?
O cisto sebáceo, também denominado cisto epidérmico é um acúmulo de sebum (um material branco, semi-sólido e de odor forte, por vezes fétido), localizado no tecido celular subcutâneo (abaixo da superfície da pele).
Como se adquire e se desenvolve?
Esta lesão desenvolve-se a partir do acúmulo de conteúdo cístico na glândulas sebáceas, adjacentes ao folículo piloso, que pode ser localizado tanto na epiderme quanto na derme. Este acúmulo acontece geralmente pela oclusão espontânea do folículo ou por trauma.

O que se sente?
Ao exame clínico, encontram-se lesões assintomáticas móveis, indolores, podendo ter consistência mole ou endurecida. Quando localizados em extremidades ósseas do tronco ou couro cabeludo, podem causar incômodo nas atividades cotidianas. Eles podem variar de tamanho, desde pequenos cistos até lesões maiores, com vários centímetros, podendo também ser múltiplos. As regiões corporais mais afetadas são cabeça, pescoço e tronco (tórax a abdome).

Geralmente, se quando observa a lesão, encontra-se um ponto central, podendo estar escurecido, correspondendo a abertura do folículo piloso. Em sua evolução, pode haver inflamação e infecção, ocasionando dor, calor local e a pele avermelhada.

Como o profissional de saude faz o diagnostico?
O diagnóstico é realizado através de exame clínico. Após sua retirada, o mesmo é enviado para a análise anátomo-patológica para confirmação diagnóstica e avaliação de margens cirúrgicas, buscando a ressecção completa da lesão.

Como se trata?
O tratamento do cisto sebáceo se guia pelos sintomas apresentados. Quando assintomático, pode-se apenas observar. No entanto, se houver crescimento, com dor local e com infecção, deve ser avaliado por um profissional da área da saúde.
Em seu tratamento pode ser necessário o uso de antibiótico oral e a retirada cirúrgica da lesão. Vale lembrar que esta lesão, geralmente, não é cancerosa, mas deve sempre ser analisada após a sua retirada. Também, não se deve espremer os cistos, pois a ruptura ocasiona infiltração do conteúdo na pele adjacente, ocasionando uma reação inflamatória intensa.

MICOSES SUPERFICIAIS


 
O que é?
Micoses superficiais são doenças provocadas por fungos, os quais são limitados à pele, aos pêlos, as unhas e às mucosas.
Como se desenvolve?
Os organismos causadores podem ser de origem humana, animal ou do solo. Os fungos contaminantes patogênicos são comuns em nosso ambiente, embora a incidência seja pequena, devido à resistência do hospedeiro. Comumente, as infecções fúngicas são, em algum grau, contagiosas.

O que se sente?
Em geral, as lesões são pruriginosas (dão coceira).

Conforme a sua localização, podemos classificar as tinhas em:

Tinha de couro cabeludo (capitis)
Muito freqüente em crianças pré-escolares e escolares. Apresenta-se como uma placa de cabelos picotados, com descamação no centro ou com reação inflamatória. Quando apresenta muitos abscessos ou pus, forma o quadro denominado de Kerion celsii, podendo até deixar cicatriz.
  
Tinha de barba (barbae)
Ocorre na área da barba. Pode ter aspecto inflamatório, semelhante à infecção ou apresentar uma lesão com bordas bem delimitadas, com microvesículas e um centro descamativo, com crescimento pelas bordas, como é típico de todas lesões de tinhas.
   
Tinha do corpo (corporis)
Pode aparecer em qualquer área do corpo, em geral com aspecto bem característico, e crescimento pelas bordas, com microvesículas, avermelhada.
   
Tinha de mão (manuum)
Pode se apresentar como uma descamação difusa ou com pequenas bolhas semelhantes a disidrose.
  
Tinha de pé (pedis)
Nome popular: "frieira" ou "pé de atleta" - é a micose mais comum. Pode se manifestar no meio dos dedos com fissuras ou na planta dos pés, também com aspecto descamativo ou com vesículas (pequenas bolhas) similares à disidrose. 
Tinha crural (cruris)
É a tinha localizada entre as coxas, podendo se alastrar para área genital. E mais comum em homens e no verão (pelo aumento da temperatura local e umidade).
   
Tinha da unha
Veja nosso artigo relacionado: Onicomicoses.
  
Ptiríase versicolor ("micose de praia")
É causada pela malassezia furfur, que faz parte da constituição normal da pele. Por alguns fatores desencadeantes locais, como sudorese excessiva, pele muito seborréica ou predisposição genética, desenvolvem lesões no pescoço, tronco superior e face. Em geral são lesões arredondadas, escamosas, podendo ser mais claras que a pele normal (mais comum) ou até avermelhadas ou acastanhadas. Em alguns casos há nítida predileção pelos pêlos - sendo assim comum encontrar lesões no couro cabeludo, axilas e regiões pubianas. Quanto maior a área afetada, maior a dificuldade de tratamento e possibilidade de recidiva. É muito freqüente em nosso meio o acometimento de adultos jovens (maior oleosidade na pele) em ambos os sexos. Esse fungo é encontrado na pele sem manifestações clínicas de infecção, como já foi dito. O paciente procura o médico pelo aspecto anti-estético das lesões.
   
 
Candidíase
A principal espécie patogênica é a Candida albicans, causando uma infecção aguda ou crônica da pele e mucosas (intestino, mucosa oral e vaginal). A forma saprófita pode tornar-se patogênica devido a algumas alterações, como: umidade local, calor, maceração da pele, alterações imunológicas (como algumas doenças imunodebilitantes, uso prolongado de antibióticos e corticóides). Na criança as localizações mais comuns são: mucosa oral ("sapinho"), pregas de flexão (axilas, virilhas, pescoço e região das fraldas). Nas mulheres é muito freqüente a localização vulvovaginal, nas unhas e cantos da boca (perleche).

Como o médico faz o diagnóstico?
O aspecto clínico das lesões é muito sugestivo para o diagnóstico. Mas para confirmação laboratorial do agente causal o exame micológico direto e cultural (com raspado de material da lesão) é indicado.

Para uso de medicações por via oral e em casos onde a clínica pode ser confundida com outras doenças, o exame micológico pode ser fundamental para diagnóstico e controle de cura.
Como se trata?

Na maioria das lesões localizadas, o tratamento tópico (no local) é suficiente para a cura.
Nas lesões mais extensas ou recidivantes, muitas vezes é necessário um tratamento com antifúngicos por via oral para melhor abordagem terapêutica, mas sempre com controle clínico e laboratorial.

Como se previne?
Como em geral, em algum grau são infecções contagiosas, evitar o contato com as lesões. Existe uma predisposição pessoal para manifestação do quadro, mas fatores desencadeantes como umidade local, doenças como diabete (imunodebilitantes) devem ser controladas.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

RISQUE O ABACATE DA SUA LISTA NEGRA DA DIETA SAUDÁVEL


 
A fruta acelera o metabolismo, auxilia no controle do colesterol e muito mais!

Durante muito tempo, o fruto do abacateiro foi considerado o vilão das dietas de emagrecimento por ser rico em calorias e gorduras. Para a alegria dos amantes de abacate, essa percepção vem se modificando com a propagação de pesquisas sobre a importância do consumo do abacate em uma alimentação saudável devido à sua alta densidade nutricional.

As gorduras, predominantemente ácidos graxos monoinsaturados, podem compor até 90% do valor calórico da fruta, dependendo da variedade, e esse alto teor aumenta a sensação de saciedade, diminuindo a vontade de consumir alimentos repletos de açúcar, segundo Bob Bergh, da Universidade da Califórnia. O pesquisador afirma que os tais ácidos graxos monoinsaturados, os mesmos encontrados no azeite, aumentam o metabolismo basal (a quantidade de calorias que o corpo gasta para se manter em funcionamento), diminuem a pressão arterial, e também reduzem os níveis do colesterol ruim ("LDL"), triglicerídeos e colesterol total.

A nutricionista Ingrid Seiler Prior detalha mais algumas propriedades do abacate: "É uma das frutas mais ricas em proteína, possuindo aproximadamente 2 g para cada porção de 110 g (metade de um abacate médio). Também possui Ômega 3, que além de facilitar a perda de peso reduz a inflamação. Não contém sódio ou colesterol e é pobre em gordura saturada". Além de todos esses aspectos positivos, o fruto representa uma importante fonte de vitamina E, que é um "poderoso antioxidante que desacelera o envelhecimento e, inclusive, protege contra doenças cardíacas e alguns tipos de câncer", revela a pós-graduanda.

E as formas de aproveitar a fruta na culinária são tão variadas quanto seus benefícios à saúde. Embora nós, brasileiros, estejamos acostumados com receitas doces (por exemplo, o clássico abacate com açúcar e limão ou leite), é muito comum que o fruto seja empregado em pratos salgados em outros países. Na sua região de origem, a América Central, onde o abacate constitui uma das bases da alimentação, ele serve de acompanhamento a nachos, sanduíches, saladas, carnes e feijão. Não deixe de conferir algumas receitas deliciosas para incrementar a sua mesa.
 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

VACINA CONTRA MALÁRIA COMEÇA A SER TESTADA EM HUMANOS EM 2013


 
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC), vinculado ao Ministério da Saúde, já começou a fase de ensaios pré-clínicos em animais para verificar a eficiência da vacina contra a malária no Brasil. Essa é a etapa preliminar necessária para iniciar testes clínicos em voluntários, disse à Agência Brasil o chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC, Cláudio Tadeu Daniel Ribeiro.
Ele estima que os ensaios clínicos em humanos poderão começar a ser feitos em 2013. O especialista salientou, porém, que essa fase de operação do projeto é complicada, porque requer uma infraestrutura específica. Entre os requisitos a serem cumpridos estão o consentimento dos voluntários, conhecimento dos riscos, além de questões como biossegurança. A ideia dos pesquisadores do IOC é chegar a uma vacina que possa, ao mesmo tempo, proteger contra a malária e a febre amarela.
Embora uma corrente de pesquisadores considere que não é necessário fazer ensaios pré-clínicos em primatas, Cláudio Ribeiro defendeu a necessidade dessa etapa. “Estamos, de fato, pensando que seja possível vislumbrar simultaneamente testes em humanos, desde que eles tenham se mostrado promissores no modelo de primatas.”
As doenças tropicais negligenciadas, entre as quais está a malária, serão tema do 18º Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária, promovido pela Federação Internacional de Medicina Tropical (IFMT) e pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), em parceria com o IOC. O encontro começa neste domingo à noite, no Rio de Janeiro.
A região Amazônica concentra 99,8% dos casos de malária registrados anualmente no Brasil. No ano passado, somente na Amazônia, o número de casos atingiu 263 mil, contra 320 mil, em 2010. “Na Amazônia, eu digo que não é mais o mosquito que invade as casas do homem, como o mosquito da dengue. É o homem que invade a casa do mosquito, porque dentro da floresta, você não pode pretender eliminar o mosquito. A solução é reduzir a área de contato”, afirmou.
Segundo ele, de 807 municípios amazônicos, 57 respondem por 80% dos casos de malária do Brasil, o que equivale a 7% das cidades da região. Desse total, quatro municípios respondem por 25% dos casos. “Isso é um absurdo completo”, destacou. Essas cidades estão concentradas nos Estados do Amazonas, Pará, de Rondônia e do Acre. “As prefeituras não investem como deveriam”, disse.
Um dos painéis do congresso debaterá o desafio do controle de doenças durante os eventos internacionais que ocorrerão no Brasil e no Rio de Janeiro nos próximos anos, como a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. O trabalho envolve, em primeiro lugar, a diminuição do contingente de pessoas doentes, sugeriu Ribeiro. “O ideal é conseguir diminuir a transmissão e a extensão da doença e a dimensão do problema no país. Todos vão ser beneficiados: a população local e os viajantes.”
Uma segunda operação envolve o mapeamento dessas doenças, para que os indivíduos saibam qual é o risco e para que as autoridades de outros países e organismos internacionais possam fazer recomendações de procedimentos preventivos. Os desafios são de ambas as partes, de acordo com Ribeiro, porque se trata também de evitar que doenças sejam trazidas pelos viajantes estrangeiros. 

BRASILEIROS SÃO FINALISTAS DO PRÊMIO MERCOSUL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA



Dois brasileiros estão entre os finalistas do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, que reconhece os melhores trabalhos em inovação na área de saúde. A premiação é promovida pelo Ministério da Ciência do Brasil e conta com o apoio da Unesco.
Ivan Ferreira, de 21 anos, é finalista como Estudante Universitário e pode levar o prêmio de US$ 3,5 mil (R$ 7 mil). Ele foi escolhido por um estudo sobre o uso do veneno de uma aranha brasileira para a produção de antibióticos.

Já o doutorando Rafael Barbosa, de 27 anos, foi indicado para o primeiro lugar na categoria Jovem Pesquisador, com prêmio de US$ 5 mil. O trabalho dele é sobre uma vacina contra a doença de Chagas.
Na categoria Integração, pesquisadores do Brasil e da Argentina devem levar US$ 10 mil por um trabalho conjunto também sobre o mal de Chagas. Outros brasileiros devem ganhar menção honrosa no Prêmio Mercosul.
Caso apresentem todos os documentos listados no regulamento, os finalistas serão declarados vencedores no começo de outubro. A cerimônia de premiação será realizada ainda em 2012, no Brasil.

domingo, 23 de setembro de 2012

PESQUISA MOSTRA COMO A ATIVIDADE FÍSICA AJUDA NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS METABÓLICAS


 
Pesquisa realizada na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP) desvendou parte dos mecanismos metabólicos pelos quais a prática de atividade física ajuda a prevenir problemas de saúde causados pela má alimentação, como diabetes e acúmulo de gordura no fígado.
O experimento foi feito com camundongos que receberam uma ração incrementada com chocolate, bolacha de maisena, amendoim e açúcar. A dieta, batizada de Cafeteria, tinha o objetivo de mimetizar os hábitos alimentares humanos, explicou a Fabiana de Sant’Anna Evangelista, coordenadora da pesquisa financiada pela FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.
“Padronizamos a dieta em um estudo anterior e vimos que após seis semanas com essa alimentação os animais já desenvolviam um quadro de intolerância à glicose, resistência à insulina e obesidade”, contou a pesquisadora.
Embora o valor calórico da dieta de Cafeteria não seja muito diferente – 4,23 quilocalorias por grama (kcal/g) contra 3,78 kcal/g da ração normal – o teor de gordura salta de 4% para 18,74%. O valor proteico, por outro lado, cai de 22% na ração padrão para 15%. As fibras também são reduzidas de 6% para 3,24%. Já a porcentagem de carboidratos das duas dietas é parecida, em torno de 55%, mas aqueles presentes na Cafeteria têm maior índice glicêmico.
“Como essa dieta tem sabor agradável, desencadeia um comportamento alimentar compulsivo. Os animais passam a comer por prazer, como os humanos. Isso leva a uma ingestão calórica maior, aumento da adiposidade e da glicemia e maior resistência à ação da insulina”, disse a pesquisadora.
Para verificar se a prática de atividade física era de fato capaz de prevenir esse quadro, os animais foram submetidos a um programa de treinamento de dois meses, que incluía 1 hora uma de exercício físico aeróbio na esteira com intensidade moderada, cinco dias por semana.
Os camundongos foram divididos em três grupos. O primeiro, considerado o controle, recebeu a ração normal e permaneceu sedentário. O segundo recebeu a dieta de Cafeteria e também não praticou atividade física. O terceiro recebeu a dieta de Cafeteria e foi incluído no programa de treinamento físico.
Enquanto o aumento de peso no grupo controle foi de 13,3%, nos animais sedentários que receberam a dieta de Cafeteria foi de 21,3%. Já os animais que praticaram atividade física tiveram elevação de peso de 8,7% e não desenvolveram hiperglicemia, intolerância à glicose ou resistência à insulina. Além disso, tiveram um aumento bem mais discreto nos níveis de colesterol.
“O interessante foi ver o que aconteceu no tecido adiposo dos dois grupos que receberam a dieta de Cafeteria. Ficou evidente que o exercício físico evitou a hipertrofia das células adiposas e a consequente alteração da sinalização celular que contribui para regular o metabolismo energético”, afirmou Evangelista.
Sinais confusos – Nos animais sedentários, as células adiposas hipertrofiadas passaram a secretar mais substâncias pró-inflamatórias e menos adiponectina – proteína essencial para o bom funcionamento dos mecanismos responsáveis pela captação de glicose.
“Esse conjunto de alterações acaba levando à resistência à insulina. E é só uma questão de tempo para esse quadro evoluir para diabetes do tipo 2”, explicou Evangelista.
Os adipócitos hipertrofiados também passaram a produzir mais leptina, hormônio responsável por desencadear duas importantes respostas no organismo: inibição do apetite e estimulação do metabolismo energético.
“Mas quando a massa adiposa e a produção de leptina aumentam muito, o organismo se torna resistente à ação desse hormônio por perda de sensibilidade nos receptores e toda a sinalização de saciedade e gasto energético de repouso fica comprometida”, explicou.
Como nos animais que praticaram exercícios o tecido adiposo praticamente não aumentou, a leptina ficou estável e continuou desempenhando seu papel de controlar o apetite e estimular o metabolismo energético.
A análise do tecido adiposo mostrou ainda que os animais que praticaram atividade física tinham concentrações maiores da enzima citrato sintase, essencial para que as moléculas de gordura sejam oxidadas para o fornecimento de energia. “A produção dessa enzima é estimulada pela atividade mitocondrial, que aumenta com os exercícios”, disse Evangelista.
O treinamento, portanto, não apenas aumentou o consumo de energia no tecido muscular esquelético, como já era esperado, como também o metabolismo energético no próprio tecido adiposo.
Balanço energético – De acordo com a pesquisadora, os animais sedentários alimentados com a dieta de Cafeteria passaram a produzir em menor quantidade uma proteína chamada AMPK, fundamental para o balanço entre a atividade lipolítica – quebra de gordura para consumo – e lipogênica – armazenamento de gordura no tecido adiposo.
Os pesquisadores verificaram que a dieta de Cafeteria induziu nos dois grupos de camundongos o aumento da atividade lipolítica, ou seja, mais moléculas de gordura estavam sendo quebradas e jogadas na corrente sanguínea para serem transformadas em energia.
Mas como os organismos sedentários não têm maquinário adaptado para oxidar esses ácidos graxos e usá-los como fonte de energia, os lipídeos acabam indo para o fígado, onde podem se acumular e causar um quadro de esteatose hepática. Uma parte da gordura volta para o tecido adiposo e é reestocada.
“Embora os dados na literatura científica sejam contraditórios, a redução da atividade da AMPK é frequentemente observada em diabéticos do tipo 2 e obesos, e está associada à redução da capacidade oxidativa e aumento da lipogênese”, disse Evangelista.
Já o grupo treinado alimentado com dieta de Cafeteria apresentou aumento significativo da AMPK, contou a pesquisadora, e a repercussão observada foi manutenção da lipólise aumentada, melhora na capacidade oxidativa e menor lipogênese.
A pesquisa orientada por Evangelista deu origem ao mestrado de Talita Sayuri Higa, realizado na Escola de Educação Física e Esporte da USP. Os dados preliminares foram apresentados na 27ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), realizada em Águas de Lindoia no mês de agosto, onde o trabalho recebeu menção honrosa.
“O próximo passo agora é entender melhor o impacto dos exercícios no metabolismo do tecido muscular esquelético para desvendar a cooperação entre tecido adiposo e músculo esquelético para a prevenção de doenças metabólicas”, contou Evangelista. 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

SONDA ACHA INDÍCIOS DE QUE VESTA JÁ TEVE ÁGUA


Imagem comparativa dos tamanhos do Vesta e de outros asteroides visitados por sondas: tão grande que é considerado um protoplaneta . Nasa apresentou nesta quinta-feira (20) resultados das observações da sonda Dawn, que deixou recentemente Vesta. Dois artigos publicados na revista especializada Science revelam os dados obtidos. Entre as descobertas, os registros indicam que materiais voláteis (que evaporam facilmente – provavelmente água) preencheram uma região no equador do gigantesco asteroide.
Vesta é considerado por pesquisadores como um protoplaneta – já que parou no meio do caminho de sua formação como planeta. A nave não achou água no asteroide, mas minerais hidratados (que se forma apenas na presença do líquido) que devem ter chegado à rocha por meteoritos e poeira.
“A fonte do hidrogênio na superfície de Vesta parece ser minerais hidratados entregues por rochas ricas em carbono que colidiram contra o asteroide a velocidades pequenas o bastante para preservar conteúdo com voláteis”, diz Thomas Prettyman, cientista líder do detector de raios gama e nêutrons (Grand, na sigla em inglês), da Dawn.
No outro artigo, Brett Denevi, da Universidade Johns Hopkins, descreve um terreno esburacado no protoplaneta que pode ter sido criado por voláteis. Os cientistas acreditam que meteoritos colidiram no asteroide e o calor gerado desfez a ligação do hidrogênio nos minerais dessas pedras e criou água, que evaporou.
“Esses buracos parecem com formações vistas em Marte, mas, enquanto água foi comum no planeta, é totalmente inesperado em Vesta nessa grande quantidade”, diz Denevi. “Esses resultados dão evidências de que não apenas minerais hidratados estavam presentes, mas eles tiveram um papel importante na formação da superfície e da geologia do asteroide que vemos hoje.” 

ÁRVORE DA VIDA


Nesta sexta-feira, 21 de setembro, comemora-se o Dia da Árvore. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vai celebrar a data com várias atividades abertas ao público. “Mas não vamos distribuir mudas”, afirmou o coordenador da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) no Ibama, Eric Fischer. “Na era do consumismo em que vivemos, muitas mudas acabam encostadas e morrendo sem serem plantadas”, explica ele.
Na programação, haverá plantio de mudas de oitis e pequi, apresentação do coral de funcionários da instituição, lançamento de livro sobre prevenção ao fogo e palestra sobre ações realizadas nos jardins da Câmara dos Deputados pela Ecocâmara. “Queremos trazer para o Ibama as experiências da Câmara nos jardins, como plantio de flores específicas para atrair pássaros e abelhas polinizadoras”, disse Fischer.
Plantas nativas – No auditório do edifício sede do Ibama, às 10h, haverá palestra sobre a experiência da Ecocâmara e lançamento do Livro Fogo Ardente – Água Corrente, da analista ambiental Larissa Malty, com participação do Prevfogo, equipe de socorristas do órgão encarregada de enfrentar incêndios nos biomas. Em seguida, serão plantados oitis pelos participantes no estacionamento e um pequi, nativo do cerrado, nos jardins. No ano passado, foram plantadas nos jardins do Ibama mudas de chichá (amendoim do cerrado) e imbaré.
A data é comemorada no Brasil desde 1965, após o Decreto Federal nº 55.795, que instituiu a Festa Anual das Árvores no dia 21 de setembro. A escolha do dia deve-se à proximidade da chegada da primavera, no dia 23 de setembro. As árvores são fundamentais para manter a vida no planeta: protegem o solo e as nascentes dos rios; abrigam e preservam animais; fornecem oxigênio puro e limpo; ajudam na manutenção de umidade e na temperatura do ambiente.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

UFRJ DESENVOLVE CONCRETO ECOLÓGICO COM FIBRAS VEGETAIS E MATERIAIS RECICLADOS


 
A Coordenação de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ) desenvolveu alternativas ecológicas para matérias-primas do concreto e de produtos de fibrocimento (como caixas d’água e telhas). Segundo o pesquisador Romildo Toledo, o uso de materiais tradicionais, como o cimento, a brita e o amianto, pode ser reduzido ou até completamente substituído com a utilização de fibras vegetais e materiais reciclados.
No caso do concreto, liga formada por cimento, brita (pedra) e areia, é possível reduzir o consumo de cimento em 20% a 40% com alternativas como cinza de bagaço de cana-de-açúcar, cinza de casca de arroz e resíduos da indústria cerâmica. A brita pode ser completamente substituída por materiais obtidos em demolições de construções antigas.
No caso do fibrocimento, usado na fabricação de telhas ou caixas d’água, o consumo de cimento pode ser reduzido em até 50% com o uso de alternativas ecológicas. As fibras vegetais substituem as fibras minerais tradicionais, como o amianto, que provocam danos à saúde humana. Há estudos com outros materiais como borracha de pneu usado, cinzas de esgoto sanitário ou de queima do lixo para substituir, pelo menos parcialmente, o cimento.
“Alguns tipos de concreto ecológico já estão prontos para serem repassados ao setor produtivo, mas há outros que ainda estão em fase final de desenvolvimento. São soluções que reduzem impacto na construção civil, seja por redução da emissão de gás carbônico, pelo uso de materiais naturais etc. E todas levam a resultados tão bons quanto os materiais tradicionais. Essa é uma preocupação: não ter performance inferior aos que os materiais tradicionais têm. O consumidor não vai sentir problemas de durabilidade, como a casa ou o prédio terem vida útil menor”, disse Toledo.
Segundo a Coppe, a indústria cimenteira responde por 5% a 7% das emissões mundiais de gases do efeito estufa. A produção atual de cimento corresponde a cerca de 3 bilhões de toneladas por ano, que deve triplicar em 50 anos.
Segundo o pesquisador, as alternativas ecológicas ao concreto têm chamado a atenção de algumas empresas. Na última sexta-feira (14), por exemplo, Toledo apresentou sua pesquisa a representantes de empresas de materiais de construção norte-americanas na Câmara de Comércio Americana (Amcham) do Rio de Janeiro.